Mário Santos: "Não vamos fazer promessas para serem cumpridas daqui a seis ou sete anos"

Mário Santos discursa na sede da candidatura de Villas-Boas
O antigo presidente da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC) e chefe da Missão portuguesa aos Jogos Olímpicos Londres'2012, Mário Santos, vai ser diretor-geral das modalidades do FC Porto, caso André Villas-Boas triunfe nas eleições do FC Porto
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Atletismo e voleibol masculino: "Considerando o que pode ser o caminho na formação e na competição, em 2025/26 será o momento adequado para que o FC Porto comece a competir nessas modalidades [atletismo e voleibol masculino]. Penso que será o timing correto e não vamos fazer promessas para serem cumpridas daqui a seis ou sete anos. O mandato tem quatro anos."
Equipas novas: "A construção de um projeto não se faz de um dia para o outro... Em alguns casos temos de fazer uma equipa de novo. Cada modalidade tem a sua vertente competitiva."
Futsal: "Há uma opção a tomar, sobre o que pode ser a construção de uma equipa a começar já por baixo, ou a construir através da aquisição de direitos desportivos já existentes. É uma decisão a tomar. Numa primeira fase, a equipa será constituída por atletas que não foram formados no FC Porto, mas é algo com que queremos contar a partir de certa altura."
O que falta fazer? "Temos tido sucesso nas modalidades que temos. E já tivemos sucesso tendo mais modalidades. Temos de ter presente que parte ou grande parte dos nossos atletas têm de ser formados por nós e não entrarmos numa política de contratar atletas puros e duros. Queremos continuar a ser competitivos nas modalidades que temos, reforçá-las, mas também ser competitivos com essa exigência aquando da abertura das modalidades."
Pavilhão na academia projetada: "Foi uma excelente notícia. É importante termos noção da realidade das modalidades. As modalidades não competem só ao domingo, treinam todos os dias, algumas até bidiários."
Instalações: "Fazer isso em pavilhões de câmaras nas quais decorrem outras modalidades é uma limitação que o FC Porto não tinha e passou a ter. As modalidades são uma prioridade no FC Porto. O pavilhão é importante pelo espaço, mas por terem alojamento, salas para os treinadores, acesso a uma série de componentes de apoio ao treino, as quais não têm atualmente."
Reativar o atletismo: "A abordagem para as modalidades coletivas e individuais é híbrida. As necessidades do atletismo são diferentes, atendendo às disciplinas pelas quais vamos começar. Há espaço e obrigação de o FC Porto assumir o atletismo como uma modalidade. Temos uma campeã olímpica, temos história, o atletismo foi durante muitos anos face do sucesso do FC Porto. Isso está intimamente ligado ao que vai ser a nossa opção pelas disciplinas. Para termos atletas na estrada, em maratonas, não são necessárias grandes infraestruturas, mas depois, nas opções mais técnicas, temos de ter condições para evoluir e formar."
Sem aventuras: "O FC Porto tem uma responsabilidade e não pode entrar em aventurismos. Ao abrirmos uma modalidade, temos de ter presente que abrir uma modalidade não é por recreação. Tem sempre como objetivo final ganhar. Já se falou do atletismo, mas também desportos de combate, judo... Algo que se encaixa na marca e que têm na região Norte e no Porto margem para que o FC Porto possa ter equipas. Condições: nunca partimos para um processo sem infraestruturas, condições de formação e recursos técnicos e de pessoal. Essa é a nossa responsabilidade ao abrir esses novos projetos. É muito fácil, com dinheiro, fazer equipas, mas a nossa ideia não é essa. Queremos projetos sustentados e, por ter estado numa modalidade olímpica, queremos um objetivo mínimo de dois ou três ciclos, para festejarmos títulos, mas também festejá-los por atletas formados no FC Porto."
Igualdade de género em tdoas as modalidades dentro de quatro anos? "Penso que é um desíngio possível e que possa ser alcançado por vontade nossa e não por imposição regulamentar."
Trabalhar no FC Porto: "Sem recorrer ao autoelogio, exerci funções de nível nacional. Não escondo que sempre ambicionei trabalhar para o FC Porto, não por vaidade, mas porque acredito no que é ser Porto, porque acredito que pode ser um clube com alavanca para o desporto e tudo o que traz. Fiquei surpreendido, mas aceitei de imediato pelas ideias. E também para não perder oportunidade de, no terreno, fazer o que sempre ambicionei: participar na construção do FC Porto."
FC Porto vai ter projeto olímpico? "O que preconizo é que temos de ter os melhores atletas. Eles têm de ser atletas de seleção, com ambição de participação olímpica na maior parte das modalidades. O FC Porto tem condições para ter atletas com o objetivo de vencer. Ter atletas olímpicos é resultado de trabalho e ambição de atletas, não um fim por si mesmo."

