Maliano continua a seguir atentamente os dragões e antecipa “carreira de sucesso” do espanhol. Marcano é capitão “à Porto”
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Sem esquecer nomes como Diogo Costa e Marcano, Marega tira o chapéu a Samu. Em exclusivo a O JOGO, traça meta de 30 golos ao camisola 9.
Continua a acompanhar os jogos do FC Porto?
—Antes de mais, gostaria de vos agradecer este convite. É sempre um prazer ser entrevistado pelo vosso jornal. Tento sempre ver todos os jogos. Há alguns que não consigo mesmo ver, mas aí espreito os resumos. Acabo por acompanhar sempre o clube em praticamente todos os jogos. Tornei-me mesmo um adepto. Quero sempre que ganhem e, quando há um mau resultado, enervo-me. Mas estou sempre a apoiar. Ainda hoje me dá prazer vestir a camisola do FC Porto. Mesmo que joguem ao mesmo tempo que o Real Madrid, vejo o FC Porto.
No ataque há um indiscutível: Samu. Que qualidades mais aprecia no avançado espanhol?
—O famoso goleador... Recebo muitas notificações nas redes sociais, sei que muitas vezes comparam-no comigo. Mas, sinceramente, acho que não há comparação possível. É um jogador diferente. Tem algumas qualidades que eu também tenho, mas o Samu é muito jovem e já tem um físico impressionante. A corpulência dele é fantástica, um autêntico monstro. Estou muito satisfeito com o que tenho visto dele no FC Porto esta época. Como adepto, sinto-me orgulhoso por ver que o clube foi capaz de ir buscar um jogador deste nível e talento. Marca muitos golos e adoro a competitividade que leva para dentro de campo. Tenta dar 100 por cento em todos os jogos e isso vê-se pela forma como reage quando falha uma oportunidade ou quando o FC Porto perde. Tem reações um pouco impulsivas, por vezes, mas isso é bom. Motiva os outros jogadores a darem mais. Nesse sentido, o Samu é um bom exemplo: marca golos, mas se marcar e a equipa perder, não sai a sorrir ou como se nada fosse. Sai frustrado porque perderam. Gosto muito de ver um jogador assim no FC Porto. Continuando assim, vai ter uma grande carreira. Não o conheço pessoalmente, mas, por aquilo que mostra, deve trabalhar imenso. Que tenha uma carreira de sucesso.
Ele já superou a sua marca de 23 golos na primeira época completa no FC Porto...
—Não só fiquei feliz por vê-lo chegar aos 23, como quero que chegue aos 30! Que consiga marcar o máximo de golos possível. Não sou egoísta [risos]. Nos anos que passei pelo FC Porto havia muitos goleadores. O Tiquinho Soares, o Aboubakar... Fosse eu ou os outros a marcar, eu estava sempre feliz. Não defini nem defino a minha carreira pelo número de golos que marquei, ou a desejar que ninguém me ultrapasse. Não sou assim. Marquei os meus golos num determinado clube e pronto, a minha história terminou ali. Agora, é a vez de os outros escreverem a deles e essa história tem de ser totalmente diferente da minha. Por isso, quantos mais golos o Samu marcar, melhor. O mais importante é dar ao FC Porto aquilo que o clube merece: jogadores que se esforçam em campo, que correm como cães e que deem vitórias e títulos ao clube. Simples assim.
Que jogadores mais o cativam nesta equipa do FC Porto?
—O que me tem cativado mais é o Samu. Ainda agora falava dele, mas a época que está a fazer, com os golos que já marcou sendo tão jovem, é mesmo impressionante. Depois, há o Diogo Costa. Já sabia que era um guarda-redes de enorme qualidade. Mostrou isso várias vezes, até na seleção portuguesa. Conheci-o no clube e vejo-o como uma pessoa incrível. Não fala muito, mas trabalha imenso e é extremamente profissional. De resto, ao pensar no FC Porto, penso no Marcano. Infelizmente, teve muitas lesões, mas o homem é um verdadeiro capitão “à Porto”. Um trabalhador nato e uma pessoa íntegra, realmente honesta. Quando estávamos juntos no clube, se eu sabia que ele estava na defesa, ficava tranquilo. Tenho muito orgulho por ter trabalhado com ele, no Olival e nos jogos. Foi sempre uma pessoa muito importante na nossa equipa e, agora, ao vê-lo a jogar, sinto alegria, até porque recuperou o lugar no onze titular. Tiro-lhe o chapéu pela longevidade que tem nesse grande clube.