Marche está de volta à baliza dos dragões num desafio da Taça de Portugal, contra um adversário do qual guarda boas recordações. Em cinco encontros com os encarnados, venceu três e empatou dois
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Marchesín regressa na quinta-feira à titularidade no FC Porto e bem se pode dizer que volta uma espécie de amuleto dos clássicos para os azuis e brancos, uma vez que, em três temporadas no Dragão, o guarda-redes argentino nunca perdeu contra Benfica e Sporting.
Se com os encarnados ganhou três vezes e empatou outras duas, com a equipa leonina ganhou dois jogos e empatou outros dois. Amanhã cumpre o 10.º clássico em Portugal, rendendo Diogo Costa, a exemplo do que aconteceu nas duas eliminatórias da Taça de Portugal, contra o Sintrense e o Feirense, mas também na Taça da Liga, frente ao Santa Clara.
Este sucesso de Marchesín em confrontos com os principais rivais das equipas que representa, de resto, vem no seguimento do que já acontecia no México, então com a camisola do América. Em 27 clássicos com Cruz Azul, Chivas e Pumas perdeu apenas três (um com cada um deles), dando-se a curiosidade de, tal como acontece em Portugal, nunca ter sido derrotado em casa.
Pedro Caixinha trabalhou com o argentino em território mexicano e não fica nada surpreendido com esta invencibilidade em clássicos do futebol português. Desde o México, onde voltou para treinar novamente o Santos Laguna, o treinador falou a O JOGO sobre o antigo jogador, do qual ofereceu as melhores referências ao FC Porto no momento da contratação.
"É um guarda-redes de equipa grande, que normalmente são chamados a intervir poucas vezes, mas que têm de dizer presente quando isso acontece. E o Marchesín sobressai ainda mais nos jogos grandes", afiança o treinador de 51 anos, dando como exemplo a exibição do guarda-redes portista a 24 de agosto de 2019, num encontro a contar para a Liga Bwin. "Lembro-me que no primeiro clássico que ele fez em Portugal, no Estádio da Luz, [o FC Porto] ganhou dois zero e já se viu muito daquilo que é a presença do Marchesín num clássico. Viu-se a forma como encarou o jogo e a importância que teve para a equipa", indica.
Pedro Caixinha considera "Marchesín um competidor e um ganhador nato", lembrando que o argentino "ganhou troféus por todos os clubes por onde passou, desde o Lanús, o Santos Laguna, o América e o FC Porto." Para isso, afirma o treinador, foi crucial o espírito de liderança que tanto o caracteriza e que nunca o fez abanar, mesmo tendo nos ombros a responsabilidade de render grandes nomes da baliza.
"Veio do Lanús para o Santos Laguna para substituir um guarda-redes mítico para o México, o Oswaldo Sánchez; no América substituiu o Moisés Muñoz, que teve muita importância no clube, no FC Porto substituiu o Casillas", enumera Caixinha, convencido de que o Marche poderá voltar a fazer a diferença amanhã, no reencontro com o Benfica.
"Azia? Trabalha mais para jogar"
Marchesín perdeu o estatuto de titular, mas Pedro Caixinha acredita que o guarda-redes argentino não está com azia. "É um jogador muito competitivo e isso faz com que trabalhe mais para ser a primeira opção. Acredito, por isso, que continue a ser um jogador importante dentro do balneário. Tem muito caráter e estes momentos não lhe passam ao lado, pelo contrário, encara-os de frente, porque está habituado a jogar, quer jogar e tem qualidade para isso, respeitando sempre a decisão do treinador", vincou o treinador do Santos Laguna.