Marchesín está mais exposto do que nunca aos rivais e com o Marítimo fixou novo máximo pessoal de defesas na Europa.
Corpo do artigo
Marchesín recuperou a aura de salvador que conquistou na época passada junto dos adeptos do FC Porto, à custa de uma exibição frente ao Marítimo com vários feitos heroicos, que permitiram aos dragões manterem acesa a esperança na conquista do bicampeonato.
As seis defesas com que o argentino terminou o encontro, três delas com um grau de dificuldade considerável (Tagueu, Correa e Alipour) e outra quase milagrosa (Léo Andrade), constituem um novo recorde pessoal desde que aterrou em Portugal proveniente do México (lá, chegou a somar nove num desafio).
Este número é um reflexo fiel da maior exposição a que Marche tem sido sujeito esta temporada por comparação com a anterior... ou até com as quatro em que os dragões tiveram Casillas (o ídolo de infância) entre os postes.
Numa análise exclusiva dos jogos do campeonato, o portal "Wyscout" indica que Marchesín debate-se com 2,9 remates à baliza por 90 minutos e que tem conseguido parar 2,1. Isto, quando na última época só era testado por 2,1 vezes a cada 90 minutos e travava 1,5. Nem Iker logrou estes mínimos. Diga-se, no entanto, que o espanhol também só enfrentou o que Marche tem experimentado quando chegou, ou seja, em 2015/16, a última época em que o FC Porto ficou abaixo do segundo lugar e apresentou mais problemas no processo defensivo. De resto, entre as quatro equipas habitualmente candidatas ao título da Liga NOS, só Vlachodimos (Benfica) foi mais exposto aos tiros do adversário (3,4). Matheus (Braga, 2,8) e Adán (Sporting, 2,1) estão um pouco mais protegidos.
Apesar de tudo, Marchesín tem evitado vários dissabores ao FC Porto. Na jornada que antecedeu a deslocação à Madeira, o número 1 dos azuis e brancos tinha mantido a equipa na discussão do resultado com o Boavista, negando dois golos a Elis numa primeira parte que terminou com os dragões a perderem por... 0-2 (acabariam a empatar 2-2). E antes, ainda na primeira volta, não só segurou o empate (1-1) com o Benfica aos 79", a remate de Vertonghen, quando os portistas estavam com dez, como teve intervenções decisivas nos triunfos sobre Famalicão (85" e 88", com o resultado em 3-1) e Gil Vicente (26", com o marcador ainda a zero). O Sporting é o próximo adversário que apanhará pela frente, num clássico que pode ser determinante para as contas finais do campeonato e no qual entrará muito moralizado pela fase que atravessa.