Marchena recusou transferência para o Benfica e foi ameaçado: "Disse que não mil vezes..."
Carlos Marchena, antigo central do Benfica, revelou, esta terça-feira, que não gostou da forma como a transferência para o clube encarnado, em 2000/01, foi feita.
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Corria o ano de 2000/01, Carlos Marchena estava no Sevilha quando soube que ia ser transferido para o Benfica. Hoje, em entrevista ao portal espanhol "Relevo", o antigo central espanhol revelou ter-se sentido enganado, uma vez que não gostou da forma como o processo foi conduzido.
"Eu não queria sair. Disseram-me que tinham de vender jogadores porque não havia dinheiro para pagar a luz. Chegaram-me muitas ofertas. Estive sentado com o Milan, mas o Benfica chegou primeiro e colocou o dinheiro em cima da mesa. Cheguei do Europeu sub-21 e aterrei às dez horas da noite. Os meus pais estavam à minha espera, pensava que ia para casa, mas disseram-me que tinha de ir ao clube. Estavam três senhores à minha espera e disseram-me que estava vendido e eu perguntei: 'Como assim'", começou por contar, contando que sofreu ameaças.
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"Fiquei muito desiludido. Eram o presidente Roberto Alés, que descanse em paz, era o presidente, o meu empresário da altura, Rodríguez de Moya e Monchi. Disseram-me que estava vendido ao Benfica e que tinha de ir na manhã seguinte para Lisboa. Disse que não mil vezes e disseram-me mil e uma vezes que sim. Voltei a negar. Houve um homem que fazia de intermediário a ameaçar-me. Disse que se eu não fosse para Portugal, ficava preocupado porque nem na terceira divisão jogaria. Venderam-me e eu fui", revelou.
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Carlos Marchena foi, então, para o Benfica e na época seguinte foi transferido para o Valência, onde esteve em 2012. Em 2018/19, o antigo central voltou para o Sevilha, como consultor, e mais tarde para ocupar o cargo de coordenador da formação do clube. De regresso às origens - de onde entretanto saiu por não se identificar com o projeto -, voltou a cruzar-se com Monchi e fez questão de mostrar o descontentamento pelo processo.
"Sinto que fui enganado e disse-lhe. Mandaram-me para um sítio. Desde aí, a relação mudou. Mas depois a relação tem de continuar para o bem do Sevilha", frisou.