Carlos Agostinho treinou-o nos juniores do Tondela e deu-lhe liberdade para ser ala esquerdo. O lateral apresenta o melhor registo de sempre nas assistências (seis), atributo que Carlos Agostinho conhece desde que o orientou nos juniores, onde já tinha “qualidade acima da média”.
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Pelos números, deduz-se que Ricardo Mangas ande feliz. Em Portimão, o polivalente lateral esquerdo assinou a sexta assistência ao serviço do V. Guimarães, alcançando, neste item, o melhor registo de sempre na carreira. Quem o viu desde muito jovem não se surpreende, como é o caso de Carlos Agostinho, que o orientou nos juniores do Tondela. Nessa altura, o treinador já lhe reconhecia “qualidade acima da média”, uma forte apetência para a finalização e “também para as assistências”, conta.
Haverá alguma razão para esse atributo sobressair mais em Guimarães? Carlos Agostinho encontra explicação no facto de Mangas estar a jogar num “sistema de três centrais, no qual se sente como peixe na água.” E arrisca até um palpite. “Num patamar acima, encaixaria na perfeição no Sporting. O Mangas joga como o Nuno Santos”, aponta, reconhecendo que a liberdade de movimentos exercita o talento de um jogador a quem, em 2015/16, deu terrenos mais avançados para explorar. Numa equipa como o Tondela, “as probabilidades de perder eram maiores; se jogasse como lateral, estaria mais limitado às ações defensivas”, conta. “Por isso, decidi pô-lo a ala esquerdo, porque sentia-o mais feliz por não estar agarrado a tarefas defensivas”, relata Carlos Agostinho, demonstrando-se satisfeito pela aposta.
Nessa época, Mangas fez um “hat-trick” ao Boavista e confirmou, assim, o potencial que o treinador identificava. “Gosta de ter bola e andar para a frente”, nota, elogiando-lhe “a inteligência, a humildade e a disponibilidade para aprender.” Para Carlos Agostinho, estas características são distintivas num jogador cuja formação completada no Benfica, um grande, não lhe exacerbou o ego.
Carlos Agostinho manteve-se atento ao percurso do seu ex-pupilo e também ao de Jota Silva, que recorda ter “indicado a um grande quando jogava no Espinho, o mesmo que agora anda atrás dele”, diz, a sorrir.
Apesar de inequívocos sinais de qualidade, a evolução de Ricardo Mangas nem sempre se tem processado ao ritmo desejado. As lesões têm atrapalhado os inícios de época do esquerdino, como aconteceu em Guimarães, mas a determinação vai sendo mais forte para superar os obstáculos. Ricardo Mangas consolida o seu estatuto de reforço a cada jogo e Álvaro Pacheco está, certamente, orgulhoso com o desempenho que tem sido decisivo no ataque.