Makaridze herói quase sem dormir

De olhos fixos na baliza que garantiu o apuramento histórico do Feirense para a fase de grupos da Taça da Liga, Makaridze explicou a O JOGO como é que, em menos de 24 horas, passou do banco na derrota da Geórgia com a Alemanha (2-1) para, na noite seguinte, ser herói no Marcolino de Castro. "Depois do jogo com a Alemanha fui para o hotel, onde dormi cerca de duas horas e meia. Cheguei ao Porto pelas 11h30, não treinei e vim diretamente para o almoço. À tarde dormi mais uma hora e meia. Não tinha a certeza de vir a jogar, mas treinei normalmente na seleção, preparei-me e depois da Alemanha tinha na cabeça a vontade de jogar contra o Boavista", conta o georgiano, aposta certeira de Pepa, que viu o guardião ser decisivo no desempate por grandes penalidades, ao defender dois dos cinco remates dos axadrezados.

"O treinador é que decidiu, perguntou-me se eu estava pronto e eu disse que sim, que estava preparado. Sentia-me um pouco cansado, mas não importou", adianta.

Na lotaria dos penáltis, a intuição de Makaridze estava tão apurada que só por uma vez é que o guarda-redes não acertou para que lado foi a bola. "Atirei-me para o lado certo em quatro dos cinco penáltis. Decidi sozinho e fico contente por entrar na história do clube", manifesta. Na temporada passada viu a titularidade tapada por Márcio Paiva, mas esta época assumiu-se como o dono da baliza, e dá mérito a Pepa pela confiança que transmite. "O treinador tem confiança em mim e é muito bom quando um jogador se sente assim", remata. No segundo ano a viver em Portugal, depois de seis épocas no Le Mans (França), Makaridze não tem dúvidas em afirmar que se trata do "melhor país da Europa". "Gosto muito da vida em Portugal, é melhor do que em França. Há menos dinheiro, mas as pessoas são melhores", comenta. O sonho português passa pela subida de escalão com o Feirense. "Sonho subir de divisão, pois acho que temos um plantel com qualidade para isso", conclui.