Rúben Micael, antigo internacional português trabalhou com Conceição e explica de que forma este aborda os períodos menos positivos e as paragens
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Depois de um arranque "normal", com quatro vitórias seguidas, o FC Porto entrou numa espiral negativa que se traduziu em três derrotas e um empate nos seis compromissos seguintes que espoletaram alguma contestação.
Treinador do FC Porto tenta curar as feridas de um arranque de época menos positiva e moralizar as tropas para o ciclo que aí vem. O problema, diz o ex-médio, é estar tanto tempo sem jogar.
Para Sérgio Conceição esta paragem nas provas internas vai ser aproveitada para tentar curar as feridas, recuperar os dois lesionados - Otávio e Pepe - e, acima de tudo, o moral das tropas para enfrentar o terrível ciclo que se aproxima. O contexto, porém, não é o ideal, garante quem conhece bem o treinador dos dragões.
"Não digo que estes dias sejam diferentes no Olival porque em todos os treinos, ganhando ou perdendo, a exigência é a mesma. Mas é verdade que fica mais de cara fechada e tenta ir ainda mais ao pormenor para virar o ciclo ao contrário. O problema é que esta paragem acaba por ser pior para ele porque não tem o plantel todo e não consegue trabalhar como gostaria", conta-nos Rúben Micael, antigo internacional português que trabalhou com Conceição no Braga. "Ele quando perde quer ter um jogo no dia seguinte para inverter porque só consegue viver bem com vitórias, não sabe viver com derrotas, e ainda bem" sublinha.
Sem seis internacionais, todos eles habituais titulares - Pepe foi na quarta-feira devolvido ao clube -, Conceição vai "pegar" nos jogadores que ficaram e "chamá-los individualmente no treino para começar as corrigir as coisas". E não só. "Às vezes, até chama ao gabinete e para esses vai ser bom", acrescenta Rúben Micael que lamenta o facto de não estar o plantel todo disponível. "Quinze dias é muito tempo para recuperar dinâmicas sem os titulares", admite.
A verdade é que só na véspera do jogo com o Braga estarão de volta todos os internacionais. "O Sérgio, mais do que querer treinar, porque num treino não vai ser possível grande coisa a nível tático, vai querer falar com os jogadores: isso será fundamental. Num dia ou dois vai ter muitas reuniões com o plantel para que percebam o que ele quer e dar uma boa resposta com o Braga", aponta.
"Nestes momentos, [Conceição] fica mais de cara fechada e tenta ir ainda mais ao pormenor"
Rúben Micael admite que perante este contexto, o FC Porto vai estar "muito pressionado" para jogar com um Braga "que ainda não perdeu e que está com uma qualidade de jogo muito boa". Ainda assim, o médio que venceu a Liga Europa em 2010, confia na retoma. "O FC Porto já teve momentos assim e conseguiu dar a volta em jogos apertados", lembra. E apertado é, no mínimo, o ciclo que aí vem até ao clássico com o Benfica.
"Se as coisas não correrem bem, a desvantagem vai ser enorme por muito que o Sérgio ou os dirigentes possam vir dizer que ainda faltam muitos pontos... Na Champions, se não conseguir dois bons resultados com o Leverkusen corre o risco de ficar de fora da Europa, algo que nunca aconteceu com o Sérgio. Mas, se acontecer, o ideal será que no campeonato esteja a 3/4 pontos do primeiro para se focar só nesse objetivo. Acredito que em outubro as coisas estão invertidas", conclui.
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