Título do CNS foi festejado noite dentro e o presidente só chegou a casa de manhã, mas ontem já foi dia de tratar do futuro
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Era cedo em Mafra, a chuva miudinha desfocava as vistas e, do estádio Dr. Mário Silveira, mal se via o Convento. Nem tão pouco o presidente José Cristo, ainda no primeiro dos sonos. "Cheguei depois das sete da manhã... foi a noite toda a festejar. Podemos falar mais tarde?" Claro. E bem mais tarde, o suficiente para o dirigente repor energias e preparar-se para a Assembleia Geral da noite, onde os sócios mandataram a Direção para escolher o modelo de gestão que será o ponto de viragem para um clube "que nada deve a ninguém, tem uma situação bastante saudável e é gerido com equilíbrio". "Devemos partir para a constituição de uma SAD, com um capital social entre os 200 mil e o milhão de euros", estimou. Um dos potenciais investidores está em casa, é chinês e vice-presidente do clube Kuong Chun Long. Aliás, o leitor sabia que o Mafra é o clube mais conhecido na China, logo a seguir aos três grandes? Tudo devido à parceria luso-chinesa, que levou, inclusive, à constituição de uma equipa B do Mafra composta por jovens chineses. A ligação é para preservar. "Queremos assentar arraiais nos escalões profissionais e, por isso, estamos a trabalhar com pessoas muito profissionais e competentes. E mais lhe digo: espero, e acredito, que daqui a dois/três anos vamos estar na I Liga." Esta é uma ambição "pensada e sem devaneios" e para que a obra aconteça já estão a construir-se os pilares, a começar pelo protocolo que o clube vai assinar com a edilidade. "Este presidente, Hélder Sousa Silva, tem sido mais do que um amigo do Mafra. Não só vibra com as nossas vitórias como quer ser parte ativa do nosso crescimento", e dos atos às ações foi um pequeno passo. "Hoje [ontem] mesmo, começaram as obras de melhoramento do estádio municipal, orçadas entre 250 a 300 mil euros." E para a próxima época só há cinco jogadores com contrato e uma vontade em "reaver" o treinador Jorge Simão, muito querido em Mafra.