Em entrevista a O JOGO, o Pistolas mostra-se crente na conquista do título e coloca águias e dragões "em pé de igualdade".
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Entrou na história do Benfica por direito próprio e deixou a Luz esta temporada, por força das limitações físicas. Em entrevista a O JOGO, Jonas aborda o momento presente e acredita que os encarnados têm tudo para serem campeões.
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Há um ano, apontou o último golo da carreira, frente ao Portimonense. Faltavam duas jornadas para o fim da liga, com o FC Porto a dois pontos, e o Benfica esteve a perder em casa (venceu por 5-1). O que recorda?
-Foi o jogo que fiquei com mais medo de perdermos pontos. Imaginava que ia entrar sempre com o resultado já definido, porque era mais fácil, face às minhas condições. Tinha isso combinado com Bruno Lage e esse jogo foi diferente, pois a pressão foi muito maior. Estávamos a perder, entrei e o Rafa fez dois golos. Houve um alívio do tamanho do mundo naquele momento. Torcia para que o Benfica não dependesse muito de mim [risos], mas ainda deu para fazer um golo após cruzamento do André Almeida, que foi o jogador que me deu mais assistências no Benfica.
Agora, é o Benfica que está atrás do FC Porto. Acha que a equipa conseguirá dar a volta?
-Quando o campeonato estava em andamento, antes da paragem, diria que o FC Porto estava com uma leve vantagem, porque passou o Benfica e quando acontece isso, as equipas ganham mais força, como aconteceu connosco no ano passado. Agora, começa tudo do zero, está tudo igual e não vejo pressão nem a mais, ou a menos para qualquer um dos dois. Ambos estão em pé de igualdade, mesmo com o ponto de avanço para o FC Porto.
Na luta a dois não considera que haja favoritismo do FC Porto, por estar na frente?
- Não há favoritismo, porque quando eu chegava a uma reta final do campeonato, sabia que havia um gás maior e os adeptos estavam connosco, mas o FC Porto não vai ter esse aliado importante que é o torcedor, daí dizer que vão estar iguais.
Entende que esta paragem forçada pode ser benéfica para o Benfica reentrar com mais gás?
-Exato, acho isso. Mesmo com o FC Porto a ultrapassar o Benfica, não via que o FC Porto estivesse a fazer grandes jogos e o Benfica também não estava. E por isso, não se podia pensar que seria difícil tirar o título ao FC Porto, pelas exibições que estavam a fazer. Há muitos pontos em disputa e acredito no título do Benfica.
"Pelas exibições, ninguém poderia dizer que seria difícil tirar o título ao FC Porto"
Como justifica a perda de sete pontos por parte do Benfica? Relaxe?
-A primeira volta foi muito boa, mas depois houve um mês em que houve o afastamento da Europa e isso também teve um peso negativo na equipa que foi transferido para a liga e dificultou a qualidade de jogo do Benfica. Mas no geral o Benfica jogou muito melhor do que pior e tem condições para voltar a jogar como no início da época.
Com o regresso aos trabalhos, o que acha que vai na cabeça dos atletas?
-Este isolamento permitiu um momento de reflexão e agora tudo vai saindo da cabeça, que fica mais limpa. A pandemia tem tirado muitas vidas, mas com o regressar ao trabalho, de certo modo, pode desligar-se de notícias negativas e fazer o sprint final para conquistarmos o título. Que sejam 10 jogos a mil para voltarmos a vencer.
Se o Jonas ainda estivesse no plantel, seria mais fácil ser campeão?
-[risos]. Talvez, se estivesse em boas condições físicas.
Acha que o Benfica acusou a sua saída e de João Félix?
-É natural, tive cinco anos fantásticos no Benfica e o João teve um ano espetacular, estrondoso. A minha saída já era esperada, pelo período em que não joguei devido aos meus problemas. O João substituiu-me muito bem e assumiu esse papel com naturalidade e tranquilidade.
Mais que o Jonas, sente que João Félix é insubstituível?
-É uma palavra muito forte e o Benfica é maior do que qualquer jogador. Não é da noite para o dia que se substitui João Félix, mas o Benfica sempre se caracterizou por ter um m grupo forte. Ele é um dos jogadores com mais potencial no futebol mundial, mas outros vão destacar-se no Benfica.