EQUIPA DA SEMANA - A "famosa raça vareira" tem vindo ao de cima e o Espinho aproveitou a "onda de apoio" para voltar a lutar pela permanência no CdP. Falta um jogo e há uma certeza: um histórico vai cair para as distritais
Corpo do artigo
Depois da vitória por 4-0 na casa do Lourosa, o Espinho parte para a última jornada a depender de si próprio para conseguir a permanência no CdP. Mas para que assim seja, foi preciso vencer o rival num jogo de "muito querer e raça" e que teve um "gosto especial" para o presidente Bernardo Gomes de Almeida.
"A entrega dos jogadores, termos os adeptos na saída e na chegada do autocarro... isso arrepia-me", confessou. Os adeptos, precisamente, são uma das maiores forças do clube vareiro e, nesta época, fizeram ainda mais falta. "O Espinho foi dos clubes do país que mais sentiu falta dos adeptos, porque o Espinho joga sempre em casa. E tenho muita pena que os jogadores que vieram este ano não tenham tido a oportunidade de sentir esse arrepio na espinha", acrescentou.
Depois de um início de época negro, a equipa começou a recuperar terreno e só depende de si para se salvar
Esta é uma visão partilhada por João Ricardo, que explica que a "famosa raça vareira" se tem feito sentir. Embora a equipa sinta a falta dos adeptos - ainda para mais jogando em casa emprestada -, "a responsabilidade é sempre do grupo". "Nunca arranjamos desculpas", referiu o capitão.
Uma das formas encontradas pelos adeptos para motivar a equipa foi a criação de uma música (da autoria de NTS, rapper natural de Espinho) que tem passado no balneário e parece estar a dar frutos. "A letra é espetacular. Identificamo-nos bastante, porque o Espinho é isso. Nunca vai abaixo e deita tudo abaixo. Houve uma onda de apoio nas últimas semanas e nós aproveitámos a onda", garantiu.
D6qar4q8CtA
Aconteça o que acontecer, um histórico descerá aos distritais - Beira-Mar está na mesma luta - e o dirigente dos tigres da Costa Verde diz que vai escrever-se uma "página muito triste no futebol português", mas com a certeza de que "quem descer, irá reerguer-se rapidamente". Para evitar a queda, o Espinho terá de fazer melhor ou igual resultado que o Beira-Mar e Bernardo Gomes de Almeida está confiante de que a equipa "vai trabalhar durante a semana para poder sorrir no final do jogo". "Sorrir por um mal menor, porque o lugar do Espinho é, e digo-o sem vergonha, nos campeonatos profissionais", vincou.
João Ricardo lembra que, frente ao Lusitano Vildemoinhos, será preciso "deixar a pele em campo" e "honrar o símbolo". Apesar da boa recuperação, nada apaga uma época muito difícil, em que "falhou um pouco de tudo".
Noutro "campeonato", a construção do novo estádio já arrancou, o que deixa o presidente "muito feliz". "Queremos ter a nossa casa, jogar no concelho, e ter as famílias a irem ao futebol a pé. Temos condições e alicerces para vermos o Espinho nos campeonatos profissionais e espero ver isso brevemente", vincou o dirigente.
O TREINADOR
Bruno China
Idade: 38 anos
Terminou a carreira de futebolista em 2017/18 e começou a treinar logo de seguida como adjunto do Leixões, primeiro, e na época passada como técnico dos sub-23. Em janeiro substituiu João Ferreira no Espinho, fazendo a estreia no CdP. Venceu seis dos 12 jogos, empatando três e perdendo outros três, recolocando a equipa na luta pela permanência.
O JOGADOR
João Ricardo
Idade: 29 anos
Posição: Médio
Natural de Espinho, João Ricardo cumpre a quinta época (quarta consecutiva) no clube vareiro e é um dos capitães. Com 21 jogos e dois golos marcados nesta edição do Campeonato de Portugal, é um dos mais utilizados e um dos pilares da equipa. Feirense, Gondomar, Académico de Viseu e Anadia são os clubes que preenchem o currículo do médio.