Treinador do Vitória na antevisão ao jogo frente ao Estoril, agendado para as 18h00 de sábado
Corpo do artigo
O que o Vitória terá de fazer diferente para conseguir o resultado que deseja? "Temos de conseguir ter a nossa identidade dentro de campo. Temos de olhar para uma parte do jogo em que sejamos mais capazes naquilo que são questões de duelos individuais, de simplificar as nossas ações defensivas, ser mais agressivos e mais vivos em tudo o que são pormenores do jogo. Essa é a primeira que temos de aprender do último jogo e conseguir melhorar. Depois, temos de ser uma equipa muito capaz de contrariar o bom momento da organização ofensiva que o nosso adversário tem por norma. E ter a capacidade de quando tivermos bola, ter uma boa organização e sermos muito pragmáticos no ataque à baliza e naquilo que é mudar de velocidade e mudar de intenções para podermos finalizar as ações."
Tocou várias vezes na questão da agressividade. Foi esse o ponto essencial nestes dias de trabalho? E pergunto-lhe sobre a estreia perante os seus adeptos. "É uma parte interessante do jogo e que tem um significado grande poder estrear-me no nosso estádio e perante os nossos adeptos. Queremos poder contribuir e temos de ser capazes, de dentro para fora, fazer com que o bom ambiente seja bom e utilizar isso a nosso favor. A responsabilidade de tornar esse ambiente positivo é nossa. É um momento marcante fazer o nosso primeiro jogo no nosso estádio. A parte da agressividade, naturalmente esteve presente na nossa preparação. Queremos estar mais ligados ao jogo. Do ponto de vista da organização acabamos por ter coisas interessantes, mas a parte de jogar para realmente ganharmos tudo o que fazemos, e falamos de duelos, de corridas e do momento de atacar a baliza adversária, temos de mudar a nossa atitude para sermos mais agressivos e pragmáticos."
Confirma que o Borevkovic é ausência certa para o jogo de amanhã? E, se nesse caso, olhando para o número de lesionados no centro da defesa, se o preocupa ou se até equaciona a forma como vai organizar defensivamente a equipa? "Quanto à questão do Toni, o que vocês sabem é o que é a realidade. Ele não treinou, por isso, também não estará presente no jogo. Quanto à outra questão, temos de olhar para dentro e encontrar soluções. Temos de criar o onze mais competitivo para entrarmos em campo com o objetivo de vencer. Porque essa tem sempre de ser a nossa forma de estar."
Falou da organização ofensiva do Estoril. O que realça mais do adversário? "Julgo que a parte da organização ofensiva e de ser uma equipa que já tem um conhecimento grande das dinâmicas, é o que mais destaco. Tem bons executantes, e bastante qualidade individual que depois conseguem colocar ao serviço do coletivo. Vai ser uma equipa que nos vai obrigar a estar a um nível de exigência e concentração daquilo que é o rigor. Tem os seus valores e a parte ofensiva é a que mais destaco."
O mercado continua aberto. Receia mais saídas ?E pergunto se dá tempo para reforçar mais um bocado o setor recuado? "Não querendo apenas e só ser evasivo nas minhas respostas, não tenho uma varinha mágica para saber se vão sair ou não. Uma coisa tenho. Tenho confiança no que está a ser feito pela direção e confiança no caminho que o clube tem de seguir. É desafiante este mês e é desafiante começar o campeonato com o mercado aberto, mas temos de ter a noção de que, acima de tudo, está o Vitória e o querer representar o Vitória. O Toni Borevkovic é uma excelente pessoa e um excelente profissional, que gostava muito do clube, mas a vida dele vai seguir outro caminho. E o que queremos aqui, são pessoas que querem representar o clube e que tenham essa vontade. Faz parte do futebol estes momentos de saídas e mudanças de ciclos. O que as pessoas estão a fazer aqui é um caminho que vai ser desafiante, mas que no futuro vai ser muito bom para o nosso clube. O que me cabe fazer é arranjar soluções dentro do que temos para que possamos ser cada vez mais fortes e melhores. E que tenhamos um sentimento de pertença e orgulho por representar o Vitória. É nesse sentido que temos de trabalhar. É óbvio que há muita especulação, mas o clube está acima de tudo e esse tem de ser o modo de encarar isso."
No último jogo, viram-se dinâmicas diferentes da equipa e jogadores a fazerem posições diferentes. Essa matriz é para manter ao longo da época? "Um desses jogadores que fala é o Vando, que tanto defendeu como extremo à frente, como defendeu como ala mais atrás. O Vando tem um potencial e um perfil que nos ajudará bastante. Não tenho dúvidas disso. Tem características que nos permite pressionar mais alto e que nos permitem defender mais baixo. Mas é claro que ainda está a aprender comportamentos.
Enquanto equipa técnica, vamos querer sempre olhar para o jogo e respeitar muito mais o que é nosso. Mas se houver necessidade de um ajuste estratégico que possa fazer sentido, queremos ter essa capacidade de o fazer. Torna-se mais fácil dizer aos jogadores que jogamos em 4-3-3, 4-4-2 ou 5-4-1, porque abordamos o jogo sempre da mesma forma. Mas acreditamos que essas nuances estratégicas podem ser importantes para nós e que nos podem aproximar de ser mais competentes. No último jogo, sinto que do ponto de vista da organização fomos competentes nesse momento. Faltou-nos ser mais competitivos, mais capazes de resolver os problemas quando éramos chamados a intervir."