O treinador está bem informado dos principais temas do futebol português. Pede estabilidade para Nuno Espírito Santo e não vê a estrutura portista fragilizada pela saída de Antero Henrique
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O arranque, aos soluços, do FC Porto não surpreendeu Paulo Fonseca. O treinador do Shakhtar Donetsk viu-se num filme semelhante no comando técnico dos dragões e compreende como poucos a difícil missão de Nuno Espírito Santo, a quem augura uma época proveitosa se o clube for compreensivo e lhe der tempo. Ameaçado pelo potencial do Benfica e Sporting, o FC Porto terá, entretanto, acertado em cheio, segundo Fonseca, ao contratar Luís Gonçalves para o lugar do ex-diretor-geral Antero Henrique, "uma pessoa muito inteligente e excelente profissional". Numa entrevista exclusiva a O JOGO, no rescaldo da vitória do Shakhtar sobre o Braga, para a Liga Europa, passou em revista os principais temas do futebol português.
A saída de Antero Henrique fragilizou a estrutura do FC Porto?
-Não sei se fragilizou. Da vivência que tive com o Antero Henrique, só posso dizer que se trata de um excelente profissional. É uma pessoa muito inteligente e, segundo parece, decidiu sair. Curiosamente, entrou para o seu lugar o engenheiro Luís Gonçalves, que trabalhava comigo no Shakhtar como diretor do departamento de scouting, e o FC Porto ficou muito bem servido.
Quando o informou que iria assumir o cargo de diretor-geral do FC Porto, o que lhe disse Luís Gonçalves?
-Mostrou-se muito satisfeito com esse novo desafio. O engenheiro é um grande portista, ama o FC Porto. Notei nele uma grande satisfação por voltar ao seu clube e eu sei que vai desempenhar o cargo com grande paixão e amor.
Paulo Fonseca soma dois troféus: uma Supertaça e uma Taça de Portugal. O primeiro foi conquistado ao serviço do FC Porto em 2013/14; o segundo aconteceu na final do Jamor da época passada, com o Braga a bater o dragão, conduzido então por José Peseiro.
Confessou-lhe alguns receios?
Não deu tempo para uma grande conversa. As coisas foram tão repentinas que só deu para nos despedirmos por telefone, porque eu não me encontrava em Kiev. Coincidiu com uma deslocação da equipa. Mas temos mantido contacto.