Luís Filipe Vieira no julgamento do Football Leaks: "Suspeitávamos uns dos outros..."
Luís Filipe Vieira não tem dúvidas de que a divulgação de emails confidenciais do clube foi o caso que mais danos causou no universo Benfica durante a sua presidência
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O ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira afirmou esta segunda-feira, no julgamento de Rui Pinto, criador do Football Leaks, que o clube foi desacreditado, o ambiente vivido era “terrível” e existia alguma desconfiança entre os colaboradores.
“Chegou a uma altura que era mesmo desesperante e que estava desacreditado como benfiquista. Não conseguia dormir nada. Para quem viveu o Benfica como vivi, era um ambiente terrível, com muita desconfiança entre todos nós”, afirmou Luís Filipe Vieira.
Na qualidade de assistente deste processo, o empresário prestou depoimento no Juízo Central Criminal de Lisboa, destacando a dificuldade dos primeiros tempos, em que os colaboradores do Benfica suspeitavam “uns dos outros” e que passou a trabalhar no Seixal.
“Até pensavam que éramos nós a devassar esses dados, não éramos nós. Os primeiros tempos foram difíceis, sobretudo para dizer às pessoas que não fomos nós. Foi terrível, eu não conseguia estar lá mais tempo. Chegou a um ponto que era impossível, porque só se falava disso. Tive de me ausentar para o Seixal, em que praticamente só se falava de futebol. Suspeitávamos uns dos outros e ninguém podia estar satisfeito. As pessoas começaram a ter pavor e com receio de poder aparecer coisas suas cá fora”, salientou.
Luís Filipe Vieira não tem dúvidas de que a divulgação de emails confidenciais do clube foi o caso que mais danos causou no universo Benfica durante a sua presidência, uma vez que foram tornados públicos contratos com atletas e os principais patrocinadores.
O criador do Football Leaks responde em julgamento por um total de 241 crimes: 201 de acesso ilegítimo qualificado, 22 de violação de correspondência agravados e 18 de dano informático.
Rui Pinto foi condenado no caso ‘Football Leaks’, em setembro de 2023, pelo Juízo Central Criminal de Lisboa, a quatro anos de prisão com pena suspensa, por crimes de extorsão na forma tentada, violação de correspondência agravada e acesso ilegítimo.