Julgamento agendado para este mês foi adiado para meados de dezembro, abrindo espaço para que frutifiquem as conversas mantidas por amigos do líder do Benfica e do treinador do Sporting.
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Os processos movidos pelo Benfica a Jorge Jesus e por este contra os encarnados poderão ser retirados antes mesmo de ser iniciado o julgamento. O JOGO apurou que a retirada das queixas de ambos os lados já foi abordada pelas partes, através de amigos comuns de Luís Filipe Vieira e do ex-treinador das águias e atual do Sporting, tendo ambos admitido o cenário de anular os processos que correm nos tribunais, relacionados com a saída do técnico do conjunto encarnado e posterior assinatura pelo rival de Alvalade.
Este desenlace, segundo confidenciou fonte ligada ao processo, tem sido abordado desde há cerca de um ano, pela intervenção de pessoas próximas a Vieira e Jesus, tendo ambos reagido com um "por mim, tudo bem"". Outra fonte sublinha que "dentro do Benfica muita gente não concorda com o processo movido a Jesus e este também estará recetivo a ouvir a outra parte, de tal forma que faz sentido falar-se na possibilidade de um acordo", cuja concretização falhou em novembro de 2015, na tentativa de conciliação realizada no tribunal do Barreiro.
Águias pedem 14 milhões, técnico quer um salário e ser ressarcido por danos morais. Processos podem ser retirados
Deste modo, está aberta a porta para que as partes enterrem o machado de uma guerra iniciada em outubro de 2015 e que chegou à barra dos tribunais. Inicialmente agendado para decorrer neste mês, o julgamento das queixas foi já adiado para dezembro, entre os dias 13 e 20, permitindo assim um prazo mais dilatado para que o processo de intenções tenha desenvolvimentos concretos e definitivos.
Dada a matéria em causa, e como nos foi referido, terá sempre de haver um acordo entre as duas partes. Por um lado, o Benfica exige uma indemnização de 14 milhões de euros a Jorge Jesus, alegando incumprimento de contrato, contactos mantidos com um funcionário do Sporting durante a vigência do vínculo e apropriação de software confidencial do clube. Do lado contrário, o treinador fez um pedido reconvencional na ação a exigir o pagamento do último salário que Luís Filipe Vieira se recusou a liquidar e ainda um pedido de indemnização por danos morais.
Farpas trocadas pelo... silêncio
Desde a saída de Jesus da Luz, em junho de 2015, e posterior assinatura pelo Sporting, vários foram os momentos de tensão entre responsáveis encarnados e o treinador, com lançamento de farpas de parte a parte. No entanto, desde o início deste ano tudo acalmou dos dois lados e apenas uma revelação do diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, agitou as águas na sequência da revelação de um email sobre espionagem do computador do técnico, com este a reagir de forma curta: "O Benfica ficou com o meu trabalho".