Presidente do Sporting mostrou-se agastado com o chumbo da proposta da Liga relativa ao regresso do sorteio como forma de escolha dos árbitros para os campeonatos profissionais.
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Bruno de Carvalho acusou a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de estar de costas voltadas para os clubes após o organismo ter chumbado a proposta da Liga relativa ao regresso do sorteio dos árbitros, em AG extraordinária realizada este sábado.
"Esta decisão da AG da FPF é sobretudo um rude golpe para os clubes. Ficámos a perceber que Luís Duque e os seus pares não foram capazes de defender os interesses dos clubes. Tem de se acabar com esta incompetência e hipocrisia e fazer valer o que pensam os clubes. Não houve capacidade da Liga em informar devidamente os delegados das virtudes do sorteio. Temos de continuar nesta luta, mas fica a impressão que a FPF continua de costas voltadas para os clubes e que a Liga não tem gente à altura que defenda os clubes", afirmou o presidente do Sporting, que está a acompanhar a equipa na África do Sul em declarações ao canal do clube.
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Na mesma entrevista, Bruno de Carvalho voltou a destacar a necessidade de mudanças na direção da Liga - o dirigente já manifestou o seu apoio à candidatura de Pedro Proença - e deixou algumas alfinetadas aos interesses "errados" da FPF. "O futebol está voltado para outros interesses. É preciso um presidente da Liga que defenda fortemente novas ideias e que não deixe cair propostas votadas pela larga maioria dos clubes. É bom que se perceba que os clubes querem mudanças e que foi no seio da FPF que estas foram rejeitadas. Neste momento, o futebol não pertence aos clubes, mas sim de quem decidiu olhar com escárnio as decisões dos clubes. Talvez a FPF esteja a pensar em ter jogadores próprios para jogar nas seleções. Eles têm que se lembrar que sem clubes não há futebol", atirou o presidente dos leões no âmbito de uma visita ao Cabo da Boa Esperança, local que motivou uma curiosa analogia.
"Não deixa de ser irónico eu estar no Cabo da Boa Esperança, um local desagradável onde se falava em monstros e onde grandes velejadores e muitas pessoas morreram. No entanto, um português acreditou, conseguiu passar aquele que era o Cabo das Tormentas e mudou a história. Espero que o futebol possa seguir esse caminho", rematou.