Luis Díaz: "Estou a viver o meu melhor momento, mas faltou ser campeão com o FC Porto"
Luis Díaz faz balanço positivo do ano que terminou, mas admite que lhe faltou ser campeão pelo FC Porto, algo que deseja muito para 2022. E, também, continuar a crescer como jogador. O colombiano agradece também aos leitores de O JOGO pela eleição de melhor jogador de 2021 em Portugal
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Luis Díaz foi eleito a figura futebolística do ano. Os números e a qualidade das exibições não deixam margens para grandes dúvidas em torno da eleição dos leitores de O JOGO, a quem o colombiano agradeceu. "Estou muito feliz por receber este reconhecimento. É um orgulho para mim e agradeço muito, Agora é continuar a trabalhar e não me conformar para continuar a crescer", referiu em exclusivo ao nosso jornal.
Luis Díaz começou e terminou 2021 da mesma forma: a desequilibrar em campo a favor do FC Porto e a combater o novo coronavírus
Em 2021, o colombiano tornou-se não só a figura do FC Porto, como viu a sua cotação disparar a nível europeu fruto de grandes noites na Liga dos Campeões e, também, na Copa América. Aos 23 anos é já um craque em ascensão mundial e só houve um adversário capaz de o impedir, por duas vezes, de fazer golos decisivos e fintas desconcertantes: a Covid-19, no início e, agora, no fim do ano. Por isso, falhou o clássico do campeonato, encontra-se a cumprir isolamento e terá de aguardar mais uns dias para receber a distinção dos leitores de O JOGO.
Para trás ficam 365 dias em que passeou classe nos relvados nacionais e internacionais, ao ponto de muitos vaticinarem que será a próxima grande venda da SAD azul e branca. Nomeado para o onze ideal da Copa América, na luta pelo prémio Puskas - onde tem a concorrência do companheiro de equipa Taremi -, Luis Díaz é já o jogador mais cotado de todo o campeonato, com 40 milhões de euro de valor de mercado, segundo o "Transfermakt" e foi, ainda, incluído nos 100 melhores do ano pelo prestigiado jornal "The Guardian".
"O balanço pessoal que faço é que foi um grande ano por tudo o que consegui alcançar em tão pouco tempo, foram sonhos que se tornaram realidade. E o mesmo a nível coletivo. Em cada grupo que estou, no clube e na seleção, aprendi bastante", sublinhou.
"O meu melhor momento creio que é o que estou a viver atualmente no FC Porto e também a Copa América. O pior foi terminar o ano com Covid", assumiu, apontando ainda aquilo que mais lamenta. "Faltou ser campeão com o FC Porto, um desejo que quero muito atingir em 2022", frisou.
Além disso, quer "continuar a crescer como pessoa e futebolista para conseguir atingir as metas e objetivos" que traçou. "Quero continuar a construir o meu caminho com trabalho e muita humildade", finalizou, num rápido contacto com o nosso jornal desde a sua casa, onde cumpre o isolamento obrigatório depois de testar positivo ao novo coronavírus.
Ver o clássico pela TV foi "horrível"
Em isolamento, não restou outra alternativa a "Lucho" do que acompanhar o clássico em casa, torcendo à distância pelo triunfo. Foram 90 minutos que terminaram bem, mas que custaram muito ao extremo. "Foi muito difícil ver o jogo pela televisão, na verdade foi horrível ver os meus companheiros a jogar e não poder estar lá. É muito complicado porque todos os jogadores querem estar neste tipo de jogos. Deus quis que fosse assim, os meus companheiros e a equipa técnica fizeram um excelente trabalho e ganhámos, que era o mais importante", sublinhou.
Ascensão a craque mundial
Depois da nomeação para o 11 ideal da Copa América e para o prémio Puskas, Díaz é distinguido como o melhor em Portugal pelos leitores de O JOGO. O reconhecimento por um ano de afirmação.
Luis Díaz foi descoberto pelo FC Porto no Júnior Barranquila, de onde se transferiu no verão de 2019, seguindo os passos de outros colombianos que fizeram história nos portistas, como Falcao, James Rodríguez e Jackson Martínez. Aos poucos, o extremo foi conquistando o seu espaço ao ponto de se tornar indiscutível no xadrez de Sérgio Conceição.
miúdo indígena que corria descalço e de estômago vazio - o apelido de "Flaco" vem daí - atrás da bola as ruas do seu bairro concretizou o sonho de se tornar profissional e virou o jogador mais importante da sua seleção - que conduziu à melhor participação dos últimos anos na Copa América - e do seu clube.
A cada dia, Luis supera-se. Quando se pensa que já mostrou todos os truques e habilidades, eis que volta a deixar para trás um rival com uma aparente facilidade que surpreende, tudo graças à magia que sai dos seus dois pés. Díaz senta adversários com o corpo, finta com o pé esquerdo, remata com o direito e encanta o público nas bancadas.
Recuperado da primeira infeção pela Covid-19, Díaz voltou com tudo e ajudou o FC Porto na caminhada europeia que só terminou aos pés do futuro campeão, Chelsea.
Praticamente sem férias, seguiu para a seleção após o término do campeonato e deixou a América do Sul de boca aberta com os golos e fintas na prova continental. De tal forma que partilhou o ataque ideal com Messi e Neymar...
Voltou ao FC Porto e quase sem treinar arrancou a nova época com um golo ao Belenenses, confirmando estar bem fisicamente.
Um mês depois, convenceu os mais céticos. Foi à seleção, regressou direto a Lisboa para o estágio e no dia seguinte foi decisivo no empate em Alvalade. É caso para dizer que Díaz não sabe jogar mal e, como alguém já lembrou, sortudos são os adeptos que o podem ver ao vivo em Portugal. Resta saber até quando.