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Luís Campos não sente saudades de ser treinador e, aos que o criticaram, lembra que a seguir foi contactado para trabalhar com José Mourinho, que considera o melhor do mundo. Entrevista a O JOGO.
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Sente saudades de ser treinador?
Foi uma decisão tomada de forma consciente e não tenho saudades de ser treinador. Tive o meu tempo como treinador, assim como tive antes como preparador físico ou como tive como treinador das camadas jovens. Vivo esta nova fase como diretor de futebol, de diretor desportivo ou de homem especializado em scouting. Estou no mundo que gosto de viver e faço aquilo que gosto, o que é um privilégio.
O que mais o cativa no futebol?
A gestão de egos para que um clube possa rolar no dia a dia, desde o balneário, passando pelos treinadores e pelos dirigentes. É uma área que me cativa, assim como o scouting, uma área que domino. Costumo dizer que um scout já nasceu scout, porque tem de ser alguém especial nessa área ao nível da observação. E esse é o dom que nasceu comigo.
Sente que tem mais jeito para o scouting do que para ser treinador?
Não vou por aí. Poucas pessoas são capazes de sair dos juvenis do Esposende e chegar à I Liga em oito anos, isto quando tinha 30 e poucos anos.
Ficou marcado por alguns insucessos que teve na carreira de treinador?
Marcaram mais algumas pessoas do exterior do que a mim próprio. Eu era muito jovem e tinha feito uma carreira em ascensão. Tive um ano de insucesso.
E foi nessa altura que o apelidaram de Luís Campas. Leu isso e como reagiu?
Sim, li. Reagi olhando ao contexto. Recordo-me que na altura fiz afirmações muito polémicas. Devido à minha forma de ser, de estar e de comunicar, o melhor que podia acontecer para alguns, que na altura dominavam o futebol português, era denegrir-me.
Mas a verdade é que criou-se esse mito de descer equipas à II Liga...
Criou-se esse mito nas pessoas que de futebol pouco entendem, porque, passados uns tempos, o melhor treinador do mundo convidou-me para trabalhar com ele. E não foi por acaso, porque tenho olhos azuis ou porque sou bonito. Fui convidado porque José Mourinho entendeu que eu tinha competência para trabalhar com ele. E se hoje perguntar a alguns dos jogadores daquela altura quem era o Luís Campos como treinador tenho a certeza de que só vai ouvir dizer bem.
