Presidente da APAF contesta decisão do Conselho de Disciplina no caso que marcou o jogo entre Salgueiros e Marítimo B.
Corpo do artigo
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) deu por concluído o Salgueiros-Marítimo B (1-1), da 17.ª jornada da Série B do Campeonato de Portugal, realizado a 5 de fevereiro, interrompido aos 87' após confusão entre o salgueirista Amadu Turé e o árbitro João Loureiro, e comunicou já essa decisão aos clubes, cenário que O JOGO antecipara ontem.
O Conselho de Disciplina entendia que devia ser jogado o tempo que faltava, mas deixava margem à FPF para o dar por concluído. E assim foi. O Salgueiros escapou a derrota na secretaria e Turé teve um jogo de castigo.
Luciano Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), deixou uma reação nas redes sociais. "O futebol tem momentos que me fazem corar de vergonha. Por mais que queira valorizar só coisas positivas, é impossível desvalorizar a decisão vergonhosa do Conselho de Disciplina da FPF sobre a agressão do jogador Amadu Turé ao árbitro do jogo Salgueiros-Marítimo. Como é possível um órgão que tem a obrigação de garantir a justiça para todos os intervenientes entender que não existiu agressão... Porquê? Não houve sangue? Não houve hematoma? Foi ao hospital e não tinha ossos partidos? Como é possível!!! Numa agressão é preciso existir sangue?", escreveu no Instagram.
"Será que com este precedente a partir deste momento passa a ser possível fazer tudo aos árbitros, intimidar, encostar cabeças, encostar e tocar a mão ou o punho na cara de um árbitro e achar que tudo isto é normal? E se um agente desportivo encostasse a cabeça a um membro do Conselho de Disciplina da FPF, qual seria o entendimento desse órgão? É normal demorar-se tanto tempo para se ter uma decisão destas? Precisamos de decisões céleres e justas e não como esta, que infelizmente pode abrir uma ferida enorme no futebol português", continuou.
"Corei de vergonha e espero que esta situação não contribua para que todos nós, incluindo o Conselho de Disciplina, fique com as mãos 'cheias de sangue', pela desvalorização desta atitude e negligência desta cobardia, que infelizmente mais uma vez deixa à vista a forma como os árbitros estão desprotegidos no futebol", remata Luciano Gonçalves.
16187087