El Comandante acompanhou o clássico de Alvalade e destaca o golaço e a exibição do brasileiro, o "jogador-chave deste FC Porto" que vê a chegar ao título. Lucho elogia também a inteligência do patrão Uribe: "Sabe o momento exato em que a equipa deve atacar ou ficar com a bola". Saber sofrer e ter eficácia foram os segredos para o triunfo, diz.
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Lucho González está a viver no Brasil, mas continua atento a tudo o que se passa no clube que mais marcou a sua carreira e, no domingo, não saiu da frente da televisão enquanto Artur Soares dias não apitou para fim do clássico de Alvalade.
Um duelo onde viu um FC Porto igual a si próprio, talhado para este tipo de jogos grandes e a deixar um aviso à navegação com a conquista dos três pontos: a luta pelo título, diz, está acesa e a crença na vitória final é ancorada, não só na sua própria experiência, mas também na qualidade da equipa orientada por Sérgio Conceição, um treinador que diz ser "apaixonado" pelo que faz e que tem feito crescer jogadores como Pepê, um "desequilibrador", ou Uribe, "fundamental na ausência de elementos como Otávio".
Como viu o clássico com o Sporting, onde esteve o segredo para a vitória do FC Porto?
-Vejo uma equipa muito bem treinada e trabalhada, com poucos espaços entre as linhas do meio-campo e as defensivas. Quando não tem a bola faz uma pressão muito bem organizada. O FC Porto sabe jogar este tipo de clássicos, sabe o momento em que tem de defender e sofrer, como sabe que tem de ser eficaz quando tem as suas oportunidades. O segredo do jogo foi esse. Foi um jogo equilibrado, bem disputado como costumam ser os clássicos. Numa das situações mais claras para marcar, o Uribe não desaproveitou e depois o cenário mudou com o FC Porto um pouco mais recuado porque o Sporting precisava, pelo menos, do empate. Mas numa jogada extraordinária do Pepê acaba por fazer o segundo golo, muito bonito por sinal, e conseguiu três pontos que são fundamentais para a luta pelo campeonato e para o que vem pela frente no resto da temporada.
O Uribe é o comandante deste FC Porto?
-O Uribe é um excelente jogador, um médio que ataca e defende bem. Sabe o momento exato em que a equipa deve atacar ou ficar mais com a bola. Adaptou-se muito bem à cultura do clube e, na ausência de jogadores importantes como Otávio, acaba por ser fundamental na equipa.
E que opinião tem do Pepê?
-Além de ser um jogador desequilibrante, de ter um para um muito forte, é também fisicamente robusto. Ter um treinador como o Sérgio Conceição, que muitas vezes o coloca em funções diferentes, às quais não estava acostumado aqui no Brasil, faz com que cresça como jogador. É o jogador-chave neste FC Porto.
Esta vitória em Alvalade é uma prova de que o FC Porto vai lutar até ao fim pelo título?
-Ganhar este clássico demonstra muita coisa para o que falta da temporada, mas também passa uma mensagem a quem está na frente. O FC Porto, em épocas anteriores - como as que eu vivi - teve a mesma distância e acabou por conquistar o campeonato. A cultura do FC porto é essa: não desistir nunca até que matematicamente não haja chances ou seja eliminado de uma prova europeia. É a cultura, é o que o clube exige e o que um profissional se habitua a fazer lá dentro.
Como tem acompanhado a época do FC Porto?
-Tem sido uma temporada muito boa. Tem de ser ter em conta que é atípica por causa do Mundial, houve uma paragem. Mesmo assim, conquistou finalmente a Taça da Liga, algo que não acontecia por mais que se tentasse, está nos quartos da Taça de Portugal, na luta pelo campeonato e na Champions. É aquilo a que nos tem habituado. Vai apanhar uma grande equipa, o Inter de Milão, mas, quando chegar a hora, estará à altura das exigências.
Sérgio Conceição é o maior responsável por este FC Porto que voltou aos títulos?
-É um dos principais responsáveis para o FC Porto voltar às conquistas e a estar nas disputas europeias, chegando longe na Champions. Demonstra o grande treinador que é, a forma como evolui diariamente. Transmite aos jogadores o que o FC Porto exige como treinador, mas também como um adepto. À distância vejo-o muito apaixonado pelo que faz. Para mim, é um dos grandes responsáveis pelas conquistas recentes do FC Porto.
"Ceará serviu para corrigir coisas que pensava que sabia"
Lucho González está à espera que o telefone toque com um convite para voltar ao ativo. Depois de pendurar as chuteiras, El Comandante abraçou a carreira de treinador. Começou como adjunto no Atlético Paranaense para depois passar, em 2022, pelo banco do Ceará já como chefe de equipa.
"Estou a estudar, a ver muito futebol e à espera de ver se surge alguma possibilidade que interesse para voltar a trabalhar. A experiência no Ceará foi boa, serviu para corrigir algumas coisas que pensava que sabia. É tudo uma experiência e uma aprendizagem e, quer seja boa ou má, é preciso analisar. Agora é esperar que surjam novas oportunidades para poder trabalhar naquilo que mais amo", referiu.