Ricardo Duarte treinou Liimatta na Finlândia. O “hat-trick” pelos sub-21 é prenúncio do que os minhotos podem esperar. Para já elogia compromisso defensivo; Tem apenas 19 anos, é franzino e pequenino e tem surpreendido com subidas ao onze do Famalicão.
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Técnico do Oulu pela terceira época, Ricardo Duarte, de 43 anos, está bem estabelecido na Finlândia e foi ele que potenciou o talento emergente que, agora, o Famalicão rentabiliza na I Liga, apesar dos 19 anos de Otso Liimatta, estrela da última vitória dos sub-21 finlandeses sobre a Albânia (4-1), tendo o médio-ofensivo assinado três golos. O prodigioso atacante, já com seis jogos pelos minhotos, cinco como titular, é outro ativo de uma mina de valores que sugerem prosperidade no retorno, sendo Liimatta, 19 anos feitos em julho, o expoente dessa aposta tão direcionada.
O jogo feito pelo internacional sub-21 diante dos albaneses foi a prova do crescimento já alcançado em alguns meses em Portugal. “Fez os primeiros três golos, ofereceu o resultado. Marca dois de forma similar, remates dentro da área com bola em trajetória aérea. Num toque faz golo, uma característica dele, que assenta no instinto de aparecer no momento certo”, elogia o técnico.
“São meses de um estímulo superior. Fazer o mesmo pelo Famalicão é uma questão de tempo, porque tem todas as ferramentas. Há um outro golo que resulta da ação de pressing que exerce, é inteligente a intercetar linhas de passe. Acho que é isso que está a ajudá-lo muito em Portugal, o rigor e a disciplina defensiva. Com a bola ainda está a ajustar-se ao tempo e espaço, bem mais curto em Portugal. Está a jogar a um ou dois toques, não pode rodar muito, mas é astuto e não perde a bola”, reconhece, gabando-lhe a noção coletiva.
“O Liimatta vale muito pelo entendimento de jogo, adequa as ações e sabe o que pode explorar. Por isso, apesar de ser um 10, tem sido importante para o Famalicão na organização defensiva. É esse rendimento que justifica boa parte dos minutos. Surpreende-me o número de jogos feitos como titular”, sublinha Ricardo Duarte, subindo a fasquia.
“O potencial criativo e a agressividade no último terço vão surgir a seguir. Vai rodar, criar, driblar e acelerar. Vai fazer golos porque tem uma capacidade de finalização apurada”, enaltece, recuando à promoção que fez do atleta. “Ele tinha 16 anos quando eu cheguei. Já tinha feito alguns minutos mas jogava pela equipa B. No final da primeira semana puseram-me a questão se queria ficar com ele de vez. Fiquei espantado e só retorqui: ‘qual a razão para o melhor jogador jogar pela equipa B?’”. O diretor concordou e ele passou a efetivo. É franzino, pequenino, mas a capacidade de integrar qualquer feedback no seu jogo era muito distinta.”