Houve recuo na decisão: jogos da última ronda da Liga NOS também não terão adeptos nas bancadas.
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A Liga anunciou esta segunda-feira, após reunião extraordinária da Direção do organismo, o recuo na decisão de abrir as portas dos estádios aos adeptos na 34.ª e última jornada da Liga NOS.
Em comunicado, o organismo liderado por Pedro Proença explica que a marcha-atrás no que havia sido anunciado na semana passada está relacionada com a "incerteza que permanece sobre as condições que as autoridades de saúde poderão vir a fixar", dificultando a preparação de um plano "a um dia da realização dos jogos", assim como com a justiça desportiva que poderia ficar comprometida por "permitir que apenas uma parte das equipas pudessem ter o seu público presente" numa ronda em que ainda há contas a fazer no acesso à Europa e na despromoção.
Na deliberação anexa ao comunicado emitido, a Liga detalha a cronologia da troca de informação com o Governo e a DGS com vista ao regresso dos adeptos aos estádios, focando especialmente a dificuldade proporcionada pela preparação logística em tão curto espaço de tempo. A Liga reitera ainda que tentou que também os jogos da 33.ª e penúltima jornada - que findou no domingo - pudessem ter adeptos, proposta rejeitada pelo Governo: "Motivos de equidade competitiva, que assumem redobrada importância no momento final e decisivo da competição, impunham, no entendimento desta Direção [da Liga], a realização de duas - não apenas uma - jornada com a presença de público. E, efetiva, presença de público com todas as condições de segurança e em número equilibrado, como os nossos estádios conseguem assegurar, e não testes, os testes de público foram já feitos e elogiados por unanimidade pelos decisores deste país. Com efeito, circunscrever a presença de adeptos aos visitados, não é concebível e arriscaria constituir uma entorse à igualdade de oportunidades competitiva, em favor de metade das em contenda e em prejuízo das demais."
"(...) Ainda que a tutela e a DGS formalizem a autorização que se solicitou há uma semana, o prazo de 48 ou menos horas para ajustar a organização dos jogos às regras - que ainda se desconhecem - não é consentâneo com a exigência operacional que o futebol profissional se impõe e de si próprio exige, na proteção da sua boa imagem e, o que é mais relevante, no contributo que, ao longo de toda a pandemia, tem dado na promoção - também pelo exemplo - dos comportamentos responsáveis a que são chamados todos os portugueses. (...) Sobre este decisivo argumento cumula-se a circunstância de a 33.ª e penúltima jornada da Liga NOS ter já sido realizada, e os resultados desportivos terem deixado em aberto os objetivos classificativos de muitas das equipas participantes, com reflexos diretos em muitos dos jogos da última jornada. Assim, grande parte desses jogos convocam para o organizador preocupações com a verdade desportiva e a equidade entre os competidores que acima aflorámos, pelo que permitir que algumas equipas pudessem ter o seu público presente nesta jornada decisiva originaria situações de desigualdade intoleráve", acrescenta o organismo responsável pelo futebol profissional no referido anexo, vincando a informação resumida no comunicado emitido esta segunda-feira.
A Liga refere ainda, numa das alíneas do anexo, que "os jogos da 34." e última jornada da Liga NOS terão lugar nos dias de terça e quarta-feira da semana que hoje inicia", pelo que alterações aos horários deverão ser divulgadas ainda esta segunda-feira.