Comunicado adianta que as Sociedades Desportivas da I Liga estão "inconformadas com o tratamento dedicado aos seus adeptos que têm sido constrangidos" a assistir a parte de um espectáculo para o qual pagaram bilhete
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A Liga Portuguesa de Futebol Profissional emitiu um comunicado esta quinta-feira sobre os atrasos dos adeptos à entrada dos estádios, como aconteceu por exemplo no último fim de semana no Tondela-FC Porto, da 23.ª jornada da I Liga.
A Liga sublinha que "os cidadãos que a cada jornada se deslocam aos jogos das competições profissionais não perdem, nem devem ver limitados, os seus direitos, pela mera circunstância de assumirem a condição de adeptos. No entanto, e lamentavelmente, é isso que vem sucedendo de forma recorrente, com o condicionamento injustificado do acesso atempado dos adeptos aos recintos desportivos dos jogos das competições profissionais", lê-se na nota publicada pela Liga, na qual revela que "as sociedades desportivas da Liga NOS, inconformadas com o tratamento dedicado aos seus adeptos instaram o ministro da Administração Interna, o Diretor Nacional da PSP e o Comandante-Geral da GNR para que ordenem a adoção de comportamentos que assegurem o tratamento condigno dos adeptos que semanalmente se deslocam aos estádios".
COMUNICADO na íntegra
«O futebol profissional é uma atividade desportiva, mas também económica, que anualmente move milhões de adeptos em todo o país Continental e nas Regiões Autónomas, com assinalável esforço financeiro dos adeptos e das sociedades desportivas promotoras dos jogos.
A segurança e o bem-estar destes adeptos impõem um esforço de coordenação entre aquelas sociedades desportivas e as forças de segurança pública e também privada, para cujo esforço as associadas da Liga Portugal sempre estiveram - e permanecem - inteiramente disponíveis.
Assinale-se, a esse propósito, que apenas o futebol organiza competições profissionais, do que decorre que é a única atividade desportiva regular que se vê legalmente constrangida a pagar por um serviço de policiamento que é público e deve ser prestado pelo Estado.
Nesse sentido, os agentes do futebol profissional requerem, semanalmente, e pagam à tabela legal, o policiamento dos seus jogos, efetuado através de contingentes que a PSP e a GNR fixam de forma unilateral.
Os clubes profissionais têm o mesmo direito e a mesma legítima expectativa da prestação de serviços públicos que as demais entidades e os cidadãos que a cada jornada se deslocam aos jogos das competições profissionais não perdem, nem devem ver limitados, os seus direitos, pela mera circunstância de assumirem a condição de adeptos.
No entanto, e lamentavelmente, é isso que vem sucedendo de forma recorrente, com o condicionamento injustificado do acesso atempado dos adeptos aos recintos desportivos dos jogos das competições profissionais.
As sociedades desportivas da Liga NOS, inconformadas com o tratamento dedicado aos seus adeptos, que têm sido constrangidos a assistir apenas a parte de um espetáculo para que pagaram bilhete inteiro, taxado pelo escalão máximo de IVA, instaram, na presente data, Sua Excelência, o Senhor Ministro da Administração Interna, o Diretor Nacional da PSP e o Comandante-Geral da GNR para que ordenem a adoção de comportamentos que assegurem o tratamento condigno dos adeptos que semanalmente se deslocam aos estádios.
Esta ação foi um primeiro e moderado passo conjunto das sociedades desportivas da Liga NOS, na defesa dos seus interesses comuns e dos seus adeptos, não ficando excluída a possibilidade de uma intervenção mais assertiva no caso, que não antecipamos provável, de se manter o atual desrespeito pelos direitos dos adeptos».