Relatório elaborado pela Liga mostra a influência das equipas B na criação e lançamento de craques no futebol português. Impacto financeiro também em evidência.
Corpo do artigo
Um relatório elaborado pela Liga centrado numa reflexão sobre a importância da introdução de equipas B no futebol profissional português - desde 2012/13, com FC Porto, Benfica, Sporting, Braga, V. Guimarães e Marítimo - deu a conhecer diversos dados a ter em conta no plano desportivo e na vertente financeira.
A salientar há, desde logo, uma verba exorbitante: os jogadores que passaram por equipas B em Portugal perfazem uma soma de mais de mil milhões de euros em transferências (1,115 mil milhões, dados Transfermarkt), com destaque para as vendas de Rúben Dias (do Benfica para o Manchester City por 68 M€), Fábio Silva (do FC Porto para o Wolverhampton por 40 M€) e Trincão (do Braga para o Barcelona por 31 M€).
Desde 2012/13, 24 por cento dos jogadores utilizados na Liga NOS passaram pelas equipas B: 853 futebolistas num universo de 2029. 84 já jogaram num dos cinco principais campeonatos da Europa (Espanha, Inglaterra, Itália, Alemanha e França).
O impacto nas seleções nacionais também é evidente, nomeadamente na principal: dos 33 jogadores convocados por Fernando Santos em 2020, vinte (61 por cento) passaram por equipas B em Portugal. Em termos internacionais, 45 seleções de todas as confederações já contaram ou contam com o contributo de jogadores saídos dos "bês" lusos.
A nível de jogos realizados, Otávio é o jogador com passagem por uma equipa B (no caso a do FC Porto) com mais jogos disputados, posteriormente, na I Liga: foram mais de 140.
Dados que são enaltecidos por Pedro Proença, presidente da Liga, através de uma publicação no Facebook. "As equipas B têm, ao longo dos anos, sido um patamar intermédio entre a formação e a afirmação nos planteis principais onde os maiores talentos têm acumulado experiência para brilhar nos maiores palcos. Não é por acaso, que nas últimas oito épocas, cerca de metade dos 500 jogadores chamados a representar Portugal - nos sub-19, sub-21 e Seleção A - passaram pelas equipas B, que são ainda responsáveis por mais de mil milhões de euros no encaixe financeiro para as sociedades desportivas portuguesas", assinala Proença, que se refere às equipas B como um "filão":
"Os benefícios desportivos e económicos são por demais evidentes para serem desprezados. As equipas B são um filão pouco menos que inesgotável, o talento que o futebol português tem para oferecer", remata o líder do organismo que tutela o futebol profissional.