Dureza das palavras do presidente proferidas no início de outubro passado acabaram por não merecer castigo. Falta de queixa de visados, liberdade de expressão e contexto das declarações foram condicionantes decisivas
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A Comissão de lnstrução e Inquéritos da Liga de Clubes informou a decisão de arquivar um processo disciplinar levantado a Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, a pretexto de declarações do mesmo relativas ao processo de eleição de um novo líder daquele organismo.
Ao programa "Hora do Presidente", emitido pela Sporting TV a 3 de outubro passado, Bruno de Carvalho levantou questões: "Que tipo de pessoa querem para a Liga? Um atarantado que faça tchim-tchim? Não vamos à procura de alguém que venha mandado por seis ou nove clubes. Não acredito que alguém de jeito faça esse papel." Foram estas as palavras que conduziram à abertura do processo agora encerrado.
O fundamento para a decisão da Comissão de lnstrução e Inquéritos prendeu-se com "o contexto de conflito em que as declarações foram prestadas favorecido por comportamentos de todos os envolvidos; uma certa agressividade (...) que deve, até certo ponto, ser tolerada; a jurisprudência recente do Conselho de Disciplina e do Conselho de Justiça que alarga a relevância do direito à liberdade de expressão; e a inexistência de qualquer participação do(s) visado(s) pelas declarações em apreço".