Entendimento com os companheiros é perfeito, admite o lateral Layún, que recorda as amarguras da carreira
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Layún perdeu fulgor nos últimos jogos, mas ninguém lhe tira os números que apresenta: quatro golos e 18 assistências. "Antes, talvez se vivesse um paixão diferente, agora se não tens um bom rendimento, boas estatísticas, tendes a perder valor", admitiu na entrevista à Univision. O rendimento do defesa tem uma explicação simples: a química. "O mais importante para mim não é estar sempre preocupado com o passe, mas também em procurar o espaço e ter uma química com os companheiros, um entendimento para que eles também procurem esse espaço. Assim, a margem de erro para ambos é mais baixa: para mim como passador e para o avançado porque a bola pode cair num ângulo de apenas um par de metros. Esses detalhes e essa comunicação são importantes porque já não tens de te preocupar em levantar a cabeça para procurar um companheiro, sabendo que quando tenho a bola o passe será em busca de um companheiro que está numa zona determinada", referiu.
Layún está a brilhar, mas a carreira nem sempre foi assim. "Decidi ser futebolista e lutei por isso, mas fracassei muitas vezes. Fui para o Pumas aos 15 anos e disseram-me que era muito baixo; fui para o Cruz Azul e lesionei-me, tendo de regressar a Córdoba. Fiquei lá na II Divisão e como o meu tio estava ligado à direção diziam que estava lá por influência dele. Fui para o Querétaro e também fracassei; depois, contrata-me o Vera Cruz e descemos. Foram tropeções atrás de tropeções. Cheguei ao Atalanta e tive de regressar; fui para o América e as pessoas odiavam-me", contou. Mas nem tudo foi mau. "A estreia pelo Vera Cruz, bem perto da minha cidade; ser o primeiro mexicano a pisar um relvado da Serie A italiana, goste quem gostar; representar o América, onde sempre sonhei jogar e onde fui capitão e campeão duas vezes. Depois, voltei ao futebol europeu e subi de divisão em Inglaterra; agora estou a jogar numa das equipas mais importantes do futebol europeu, com umas estatísticas que nem eu sonhava ter", frisou.
A adaptação a Portugal e ao FC Porto foram determinantes. "Quando um jogador chega ao clube não importa se é mexicano, francês, nigeriano ou camaronês. Portugal é um país muito agradável porque nos faz sentir cómodos a nível familiar, comparando com Inglaterra. Isso ajuda a desenvolver o meu futebol", referiu.
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