Central sueco veste a pele de indiscutível. Cifuentes, treinador do Leicester, orientou-o no AIK
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Utilizado em todos os jogos oficiais do Braga, titular nos compromissos europeus e suplente utilizado na abertura do campeonato, Gustaf Lagerbielke vai-se fazendo nome forte no elenco de Carlos Vicens e no desenho preferencial do técnico num híbrido sistema, dominado por variações entre 4x2x3x1 e 3x5x2, que faz do lateral sueco um elemento muito versátil na retaguarda, fechando à direita como central ou habilitado a sair em construção com argumentos de lateral.
O impacto do defesa de 25 anos é surpreendente, vendendo recursos técnicos para lá da envergadura, consistente e consciente dentro do jogo, provando ter sido uma escolha muito própria do treinador para o futebol que queria implementar no clube. A passagem pelo Twente devolveu a confiança ao sueco, que ficou a dever algo ao Celtic, apenas dez jogos em 2023/24, que o vendeu por perto de três milhões ao Braga. A ligação de Lagerbielke a comandos espanhóis já vem do tempo da sua formação no AIK, quando foi dirigido por Marti Cifuentes, hoje técnico em alta em Inglaterra, saltando do Queens Park Rangers para o projeto de subida do Leicester. As impressões de uma relação já distante combinam com a evolução alcançada e categoria já à vista na Pedreira.
“Gostei muito mal o vi, nos seus 18 anos, percebemos logo o seu potencial, foi importante e cresceu bastante nesse ano, começando a trabalhar bastante com a primeira equipa. Acho que não teve as oportunidades que merecia e teve de sair, mostrando-se em clubes pequenos e chegando ao Elfsborg”, recorda Cifuentes, analisando o sucesso fabricado aos 25 anos, com estofo e resiliência. “Alegro-me que, apesar das dificuldades, tudo tenha corrido de feição, não deixou de crescer. Continuo em contacto com ele porque é um rapaz excelente, muito centrado e que gosta muito de futebol. Tem condições fantásticas para central, fisicamente forte e rápido. E com bola, estejam atentos, porque tem ótima saída”, expressa, reconhecendo um ponto forte, responsável já pela conquista de admiração entre os adeptos. Cifuentes também compreende a aquisição de Lagerbielke na visão de quem mora no banco dos guerreiros. “Torço por ele em Braga, acho que pode desfrutar bastante da liga portuguesa. É difícil antecipar adaptações a novos ambientes e novos campeonatos. Já se pôs à prova na Escócia, nos Países Baixos, onde esteve muito bem. Estou seguro que pela ideia de jogo adquirida pelo Braga ao apostar em Carlos Vicens, ele está mais que enquadrado, é técnico a jogar, mesmo muito alto. Tem qualidade com bola”, elogia, medindo a zona de conforto do sueco. “Não sei os modelos que Carlos está a trabalhar, mas diria que jogando numa linha de quatro como lateral, custar-lhe-ia, mas fazendo parte de uma linha de três, sair-se-á bem em qualquer lugar dessa linha.”