Koehler: "É fazer o jogo dos adversários do FC Porto, que achávamos que estavam em Lisboa. Afinal...",
Declarações de João Rafael Koehler, candidato a vice-presidente na lista Todos Pelo Porto, que esta terça-feira acompanhou Pinto da Costa numa ação de campanha em Arrifana. As eleições são a 27 de abril
Corpo do artigo
Financiamento e as taxas de juro: "Quando falamos das finanças do clube, temos que ser muito cuidadosos, porque a SAD do FC Porto é cotada em bolsa e, portanto, temos deveres, por um lado, de transparência, mas, por outro lado, também de sigilo. E o interesse FC Porto está acima da candidatura. A única coisa que podemos dizer é que o FC Porto se tem financiado sempre de acordo com as melhores taxas do mercado e vai continuar a financiar-se de acordo com as taxas do mercado. Não é preciso ser propriamente um Einstein para entender que o dinheiro procura sempre a melhor remuneração. E isto significa que, por exemplo, quando o Banco Millenium lança obrigações e paga 9,8% ao ano, não é muito fácil ao FC Porto financiar-se a 4%. Nem para o FC Porto, nem para o Benfica, nem para o Sporting, nem para o Chelsea, nem para o Sunderland. Portanto, as taxas de mercado a que o FC Porto se financia são as taxas que o mercado, neste momento, está a oferecer e está a pagar. Não faço parte da atual Direção e ainda da SAD, mas sei que tem usado as melhores práticas, consultando o mercado, procurando várias alternativas e, depois de encontrar várias alternativas, escolher aquela que melhor serve os interesses do clube. Outra questão, e esta é uma questão mais lateral, é que o FC Porto, e nós temos falado muito sobre isso, não tem um problema financeiro, ao contrário do que dizem, tem um problema de tesouraria, como tem a maior parte dos clubes. Nós não somos um clube brasileiro. Há clubes brasileiros que se financiam a 6% ao mês. O nosso serviço de dívida está a cerca de 6,8% ao ano. E, aliás, estes registos são públicos.”
Críticas da candidatura de André Villas-Boas: “Não entendemos porque é que a outra candidatura está sempre a falar sobre problemas financeiros e coloca questões nos jornais, quando, devido à legislação em vigor, tudo o que acontece nas contas de FC Porto é público. Aliás, houve uma Assembleia Geral para aprovar as contas e elas foram aprovadas com vasta maioria. Não tendo esse problema financeiro mas sim de tesouraria, e, no caso da nossa esperada vitória, a instrução do Presidente foi para substituirmos dívida muito vinculativa, que é uma dívida muito exigente e uma dívida má, por dívida menos vinculativa. O que é que isso significa? Queremos refinanciar, não é reestruturar. É substituir dívida por outra dívida em que paguemos menos juros. É só isso. Sempre que se colocam coisas nos jornais, nós afastamos os investidores. Isso é fazer o jogo dos adversários do FC Porto, que achávamos que estavam em Lisboa, mas que, afinal, também estão dentro de casa. Sempre que alguém do FC Porto vem dizer que o clube está com financiamentos suspeitos, como se isso fosse possível, porque o FC Porto tem órgãos colegiais, tem órgãos de fiscalização, tem Assembleias Gerais, presta contas à CMVM... Isso não é possível nos tempos que correm, nem nunca foi prática do clube. Quando se faz isso, só se está a afastar os investidores. E quando se afastam os investidores, a dívida fica mais cara. E, muitas vezes, até impossibilitada. Nós não fazemos o jogo de quem quer prejudicar o clube, o nosso jogo é ajudar o clube. Mantemos a reserva que temos que manter, mas as taxas a que nos financiamos são as taxas do mercado. Para terem uma ideia, os últimos financiamentos que alguns clubes da Premier League tiveram foram mais altos, pagaram mais do que o que o FC Porto está a pagar.”