Koehler desafia Villas-Boas: “André, estarei a tarde toda no Dragão à tua espera”
João Rafael Koehler desafia André Villas-Boas a mostrar contrato com “Goldman Sachs ou JP Morgan a taxas de cerca de 5%"
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João Rafael Koehler, candidato a vice-presidente do FC Porto, pela lista de Pinto da Costa, recorreu esta terça-feira às redes sociais para deixar dúvidas sobre o contrato de refinanciamento da dívida do FC Porto junto das entidades financeiras Goldman Sachs ou JP Morgan a taxas de cerca de 5%.
"André Villas Boas declarou esta semana ao jornal O Jogo que consegue refinanciar o clube junto da Goldman Sachs ou JP Morgan a taxas de cerca de 5%. Suponho que o candidato não seja irresponsável ao ponto de dizer isto sem ter um contrato com esses bancos que permita efetivamente esse tipo de taxa", começou por escrever.
"Queria desafiar o André a vir hoje ao Dragão trazer o seu “contrato milagroso” com a Goldman Sachs e ajudar já a resolver os desafios financeiros do clube, a menos que se tratem de contratos imaginários e mais um chorrilho de mentiras", continuou, antes de concluir:
"Não quero acreditar que um candidato a Presidente lance suspeições sobre os financiadores do clube e minta sobre as soluções financeiras que diz ter. André, estarei a tarde toda no Dragão à tua espera. Hoje tens a possibilidade de provar que podes ser levado a sério."
O QUE VILLAS-BOAS DISSE NA ENTREVISTA A O JOGO:
A lista A tem referido algumas vezes que o André vai usar a Goldman Sachs para resolver problemas financeiros de clube. É uma das instituições com quem tem falado?
-Nós temos falado com muita banca internacional. Já no que toca a esse aspeto, a surpresa é o FC Porto não se sentar com a banca internacional e a banca internacional permitir que um candidato, pela reputação que tem e pela reputação que têm as pessoas que o rodeiam, se sente e lhe apresentem projetos de viabilidade financeira para a reestruturação da dívida. Aconteceu com três dos maiores bancos internacionais que estão ativamente envolvidos em reestruturação da dívida de clubes. Surpreende-me que uma pessoa que se diz altamente instruída no campo financeiro não saiba que a reestruturação de dívidas que a Goldman Sachs faz atualmente encontra-se sempre abaixo dos 6% e dos 7%. Situa-se entre os 5% e os 6% e nunca toca nos 7%. E já agora que estamos aqui, temos o Sevilha, que levantou 25 milhões a 6,6%, o Lyon que levantou 320 milhões a 5,83%, o Barcelona que levantou 1000 milhões de euros a 6,3% e o Real Madrid que levantou 370 milhões a 5,22%. Agora, eu compreendo perfeitamente que esta pessoa, como tem interesses próprios e como provavelmente cobra ao FC Porto juros muito acima dos 7%, olha aqui pelo seu interesse próprio. Se pode continuar a emprestar a 7%, a 8%, a 10% é natural que esse candidato a vice-presidente se oponha a toda e qualquer reestruturação da dívida com a Banca Internacional.
Fala de João Koehler?
-Fica muito mal na fotografia e revela que os seus interesses estão bem presentes. E deixe-me adicionar aqui o seguinte: nós sabemos, da informação que conseguimos reunir, que há uma empresa detida em 60% pelo fundo Quadrantis a fornecer serviços de marketing ao FC Porto a 51 mil euros por mês. Empresa essa detida por João Koehler. É importante saber se esses serviços de marketing, a 51 mil euros por mês, têm a ver com a candidatura do presidente Pinto da Costa. Temos de analisar qual será o objeto do contrato, principalmente quando lá chegarmos, se nos for dada a vitória. A realidade é que temos a informação que essa empresa anda a cobrar esses valores ao FC Porto, uma empresa chamada Wise Pirates. Ou seja, será que essa empresa anda a pagar a candidatura do candidato Pinto da Costa, nas suas diferentes intervenções, por conta de faturas pagas pela Wise Pirates? São situações que iremos analisar quando lá chegarmos, mas que são reveladoras novamente dos interesses alheios que estão presentes na outra candidatura.
A propósito dos valores que falou de financiamento de clubes estrangeiros, chegou a ter conversas com esses bancos de valores semelhantes de empréstimos possíveis para o FC Porto?
-Sim, agora tudo depende do rating que mais tarde for atribuído ao FC Porto e depois também da competição de mercado, ou seja, quanto é que levantamos, a que juro, sendo que o target será sempre entre 5% a 7%. Ou seja, o FC Porto, em empréstimos bancários e obrigacionistas, normalmente tem uma taxa média de 6.46%, sobre 100 milhões de euros, de 310 milhões de euros de dívida financeira. A nossa questão é, nesses outros 210 milhões de euros, provavelmente a taxa de juro é bem superior a 8%. Estamos a falar da Connect Capital de João Koehler, estamos a falar desse gasto da antecipação de receitas relativamente aos contratos televisivos da Altice, estamos provavelmente a falar da Quadrantis nestes e outros negócios que estão envolvidos, portanto é esta dívida que nós temos que renegociar e baixar e temos conforto da parte da Goldman Sachs de que estas são as taxas de juro que estão a aplicar aos clubes.