Despedimento de Rui Vitória trouxe a público os elogios de Luís Filipe Vieira a Castro. Num mês, o treinador dos vimaranenses foi associado a dois clubes. O líder do clube minhoto não gostou, pede tranquilidade para o seu grupo e aproveita para dar uma bicada no rival Braga.
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A notícia ontem publicada por O JOGO sobre a preferência dos responsáveis benfiquistas pelo treinador Luís Castro para suceder a Rui Vitória no comando técnico do Benfica não agradou aos dirigentes vimaranenses que, no período de um mês, viram o técnico ser apontado a dois clubes.
Em dezembro, os ingleses do Reading estavam dispostos a pagar um milhão para levar Luís Castro do V. Guimarães, mas o técnico preferiu manter-se em Portugal
Júlio Mendes, líder da SAD do V. Guimarães, a O JOGO, mostrou a sua insatisfação usando a ironia: "Comigo ninguém falou. Mas acho que vocês estão errados. O que tenho ouvido dizer é que o Benfica quer contratar o Abel, o treinador do Braga."
Mais claro nas declarações, o dirigente negou que estas notícias sejam lisonjeiras para a escolha que a sua Direção fez, no início da temporada, de Luís Castro para treinador da equipa principal. Indiferente aos elogios de Luís Filipe Vieira às capacidades de Luís Castro e ao trabalho que tem desenvolvido na Cidade-Berço, Júlio Mendes pediu algum sossego para o grupo se poder concentrar no campeonato.
"Deixem-nos trabalhar. Somos um clube que tem um projeto, temos um campeonato a disputar e estão sempre a fazer novela em torno do nosso treinador. Não é benéfico", explicou.
Sabe O JOGO que não houve, ainda, qualquer abordagem ao treinador do V. Guimarães, apesar de ter sido a hipótese mais badalada após a notícia do despedimento de Rui Vitória do Benfica.
No início de dezembro, foi o Reading, do Championship de Inglaterra, a mostrar interesse em contratar Luís Castro. O emblema do segundo escalão inglês chegou a avançar com uma proposta formal, mas esta foi recusada pelo próprio treinador, que preferiu permanecer à frente da equipa portuguesa.
À margem desta cobiça pelo treinador alheio, Luís Castro orientou a sessão de trabalho matinal de ontem - onde até foi reintegrado Welthon, após resolução do processo disciplinar - e dará, ao final da manhã de hoje, a habitual conferência de Imprensa de antevisão ao jogo Belenenses-V. Guimarães, de amanhã à tarde, no Estádio Nacional.
Mil lugares reservados no Jamor
Já estão à venda, na loja oficial do V. Guimarães, os bilhetes para o confronto com o Belenenses, por 10 euros. Nos últimos jogos têm sido mais de dois mil vitorianos a apoiar nos jogos fora do D. Afonso Henriques, mas o clube reservou apenas mil ingressos, por ser uma deslocação longa.
O Jamor é palco de boas lembranças para o V. Guimarães, que aí conquistou, em 2013, a sua única Taça de Portugal, orientado por Rui Vitória, com uma vitória por 2-1 sobre o Benfica. Nesse dia, os vitorianos deram nas vistas com o cantar do hino do clube e o apoio à equipa, que redundou em festa. Em 2017, também com o Benfica, voltaram a primar pela diferença: entoaram o hino no aquecimento dos atletas, cantaram durante todo o jogo e, no final, consumada a derrota, louvaram a equipa. Amanhã, muitos ou poucos, o apoio vai ouvir-se.
André André abre vagano miolo
Com Welthon a reintegrar os trabalhos com o restante plantel - tal como noticiámos ontem - a ausência notada foi a de André André (na foto). O médio, que se ressentiu da lesão na coxa esquerda no aquecimento do jogo na Choupana, não treinou ontem e é baixa quase certa na deslocação ao Jamor.
Com um meio-campo que recupera Wakaso e Mattheus Oliveira, o candidato mais provável para a vaga de André André é Tozé. Neste caso, tal como no último jogo, o atleta recua da ala para o meio-campo e pode beneficiar Ola John, caso Luís Castro volte a apostar nele para a ala.