Na última época, o presidente do Vitória recorreu à chicotada psicológica pela primeira vez e falou em dificuldades depois da saída de Rui Vitória. Admitiu também erros de gestão por parte da SAD numa entrevista exclusiva a O JOGO.
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Feito o balanço, a que conclusão chegou para a época ter corrido mal?
-Foi uma época atípica, com alterações enormes do ponto de vista dos recursos humanos, com mudanças de treinadores. No início da época, e pela experiência que vou tendo, intuí que algumas dificuldades poderiam avizinhar-se.
A esta distância, como qualifica a escolha de Armando Evangelista?
-Uma análise isenta e honesta concluiria que faria todo o sentido optar pela continuidade do projeto. Também houve uma certa resistência por parte dos vitorianos na aceitação da nossa escolha, o que veio dificultar todo o trabalho.
Com Sérgio Conceição, pretendeu uma espécie de terapia de choque?
-A competência foi o principal critério, mas também teve a ver com um contexto que era de desânimo. Tínhamos de ter alguém com uma personalidade diferente, capaz de injetar uma grande dose de confiança e que fosse enérgico, de maneira a reanimar o plantel. E o Sérgio fez isso.
A equipa recuperou e chegou a estar no quinto lugar. Esperava a Europa?
-Esperava. Mas depois a equipa não conseguiu manter-se nesses lugares, se calhar fruto, também, de alguma inexperiência nossa.
Inexperiência de quem?
-Inexperiência da SAD, que também é jovem: tenho uma das equipas mais competentes a trabalhar no futebol profissional. Em janeiro tentámos fazer uma recomposição do plantel, em sintonia com o treinador, e essa opção não produziu os efeitos que queríamos. Teve mesmo um efeito adverso. E pagámos esse erro.
Está a referir-se ao tipo de jogadores escolhidos ou ao modelo de negócio, isto é, o empréstimo?
-Às duas coisas. Teve a ver com as escolhas e com o efeito que provocaram no grupo. Os jogadores que entraram em janeiro não trouxeram um acréscimo de qualidade e de competitividade.
Admite rever a política de emprestados?
-Já fizemos essa reflexão e tudo faremos para que no mercado de inverno não venham jogadores emprestados. No início da época é diferente, até porque há mais tempo para uma adaptação perfeita. Eu não teria interesse em ter emprestados no plantel se pudesse ter apenas jogadores nossos. Se o recurso a emprestados significar um aumento da qualidade do grupo, os outros jogadores saem valorizados.
O falhanço europeu foi a principal razão para Conceição sair?
-Não teve a ver com isso. Tivemos uma ótima relação com o Sérgio. Ele é uma pessoa muito afetiva e um excelente profissional, do ponto de vista técnico é do melhor que vi. Falámos bastante e concluímos que seria melhor optarmos por uma solução diferente.
Ler entrevista completa na edição impressa e e-paper de O JOGO.