Camisola 77 já deixou Gelson, o último extremo da "casa" a brilhar, para trás. Início arrasador "pede" mais oportunidades
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Passo a passo, jogo a jogo, golo a golo. O caminho que Jovane Cabral está a começar a trilhar de leão ao peito tem deixado os adeptos do Sporting a "salivar", sobretudo se comparado com aquilo que Gelson, o último extremo da "casa" a brilhar, conseguiu no arranque da sua primeira época a "full-time" em Alvalade.
O JOGO fez o exercício e as conclusões são claras: aos 20 anos - precisamente a idade de Gelson quando Jesus o chamou em definitivo à equipa principal -, o camisola 77 prova ser determinante quando joga: nas seis vezes em que foi lançado por José Peseiro (apenas uma a titular) e perfazendo um total de 167 minutos, Jovane foi decisivo em três jogos e contribuiu para o resultado final em mais dois. Mas vamos por partes. Tudo começa na primeira jornada, em Moreira de Cónegos, quando o "miúdo" arranca o penálti que permite ao Sporting fazer o 2-1, lançando-se para um arranque vitorioso na Liga (3-1). É também dele a assistência para o 2-1 final, logo no jogo seguinte, em casa, diante do V. Setúbal, assim como o golo que permitiu aos leões triunfarem no José Alvalade frente ao Feirense, por 1-0. Depois? Arrancou um penálti no 3-1 ante o Marítimo, também em casa, mas num embate a contar para a Taça da Liga, e "matou" o jogo com o Qarabag (fez o 2-0) na primeira vez que tocou na bola. Só em Braga não conseguiu ajudar o Sporting a evitar a primeira derrota da temporada, mas até aí Jovane fez por merecer mais, com uma jogada individual ao minuto 85" travada pelo guarda-redes Tiago Sá. Conclusão: mesmo tendo a concorrência de Nani, capitão e titular indiscutível, Jovane "pede" a Peseiro que continue a apostar no seu futebol, até porque, como está provado, os números... não enganam.
Dois golos, uma assistência e dois penáltis conquistados: eis o que o extremo alcançou nos primeiros seis jogos de 2018/19, em contraste com a integração gradual do agora jogador do Atlético há três anos
O ângulo da análise sustenta-se com aquilo que Gelson conseguiu em 2015/16. Nos primeiros seis jogos em que foi aposta de Jesus (dois como titular), perfez um total de 241 minutos, mas só teve influência num dos resultados: na estreia na Liga, em Aveiro, diante do Tondela, sofreu o penálti que permitiu ao Sporting conquistar os três pontos. Nessa época, Gelson era a sombra de João Mário, médio que o então técnico dos leões encostou à direita no seu 4x4x2 clássico.
Só falta... a nacionalidade
Jovane luta no Sporting para continuar a ter oportunidades e fora de campo para poder obter a nacionalidade portuguesa e, assim, jogar com as Quinas ao peito. Nascido em Cabo Verde - tal como Gelson -, já atuou pelos tubarões azuis, mas a visibilidade que pode ter nas equipas da Federação Portuguesa de Futebol motivou-o a iniciar este processo. Tal como O JOGO já noticiou, o dossiê deve ficar concluído a breve prazo, até porque Rui Jorge, selecionador dos sub-21, quer contar com ele o mais rapidamente possível.