João Ferreira orientou o extremo no Espinho e avalia o cenário de uma mudança para a Arábia Saudita. Jogador não contava embarcar já, mas pode ser tentado com números altos; Vitória deu abertura a uma transferência de cinco milhões, mas a mudança não acolhe, para já, a simpatia de Jota. João Ferreira acredita que o extremo pode potenciar-se mais ficando no castelo.
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Jota Silva não quer trocar, aos 23 anos, a sua afirmação cabal em Portugal, com difusão europeia, pela proposta da Arábia Saudita do Al Hazm, treinado por Filipe Gouveia, que ascendeu ao primeiro escalão. O Vitória até veria com bons olhos o encaixe de cinco milhões, mas não havendo qualquer contraproposta que vire do avesso a cabeça do atleta, a sua prioridade é, nesta altura, desportiva e não financeira.
João Ferreira, seu treinador no Espinho, em 2019/20, ajuda a perceber qual será o plano de carreira mais favorável a Jota, que marcou quatro golos e fez quatro assistências na sua época de estreia na Liga. "Tenho a certeza que se saísse agora para a Arábia, iria vingar pelo trabalho. Mas acho que lhe faz falta uma afirmação plena e consistente cá, marcando mais golos e fazendo mais assistências. Com mais uma época de bom nível, acredito muito nisso, estaríamos a falar de um patamar desportivo e financeiro completamente diferente da mesma Arábia Saudita. Seriam outro tipo de ofertas", antevê o jovem técnico, que orientou os tigres entre 2019 e 2021.
Jota Silva continua a ponderar uma mudança para a Arábia Saudita e, apesar de tentado pelas condições económicas, está renitente em deixar cair a parte desportiva. "Acho que faria bem em manter-se onde está. Seria bem-sucedido e quem o vier contratar, vem de olhos mais refinados para atestar a sua mais-valia. Não me surpreende que lide já com o mercado desta maneira. Jogou num grande clube e afirmou-se. Mesmo não revelando todas as qualidades, teve o preço da adaptação à Liga e demorou a ganhar estatuto na equipa. Mas consolidou-se. Para um jovem, fazer o que fez, com todo esse compromisso com o treino e jogo, não são estranhas as propostas. São justas!", aclara João Ferreira, olhando ao poder global do chamamento saudita, em voga neste defeso. "Olho de espírito aberto, já lá estive em 2011. O país deu um salto importante social e desportivamente. Aproximou-se dos padrões considerados normais. O povo adora futebol e esse é o primeiro pilar por onde isto pode resultar. Há jogadores de peso a chegar que atraem outros. Parece-me algo que pode ser sustentando no tempo", vinca, aceitando que Jota Silva olhe para a Arábia como uma oportunidade. "É sensato que fique mas, se lhe fizeram a cabeça, ele pode arriscar dois ou três anos lá e reentra na Europa com 25 ou 26, a tempo de conquistar muita coisa", regista.
Caso permaneça no Vitória, Ferreira prevê uma resposta de grande classe em Guimarães. "O técnico já o conhece melhor, depois de o ter experimentado em diferentes papéis. Melhor do que Jota a treinar, não há, é muito acima do normal! Além de dedicado, é muito versátil no campo, joga bem de cabeça, faz assistências, remates do exterior, tem chegada à baliza. Cresceu muito em Guimarães nas tarefas defensivas. Certamente está já na lista de observações dos grandes de Portugal. Também pode pensar a sua carreira por aí".