Conduziu negócios como a transferência de Figo do Real Madrid para o Barcelona ou de Zidane para o clube merengue. Volta a ser notícia esta quarta-feira, por motivos bem diferentes.
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José Veiga, outrora um dos mais influentes empresários do mundo do futebol, foi detido na manhã desta quarta-feira pela Polícia Judiciária, por suspeitas dos crimes de corrupção e tráfico de influências, assim como Paulo Santana Lopes, irmão do ex-primeiro ministro Pedro Santana Lopes, e uma advogada.
Nascido em 1963, Veiga teve como primeiros grandes negócios as transferências de Fernando Couto do FC Porto para o Parma e de Paulo Sousa do Sporting para a Juventus. Um ano depois, em 1995, conduziu a mudança de Luís Figo de Alvalade para o Barcelona. Veiga era, por esta altura, o mais cotado agente do futebol, liderando negócios como aquele que trouxe Jardel de regresso ao futebol português, então para o Sporting, depois da passagem pelo Galatasaray, sem esquecer a ida de Simão Sabrosa do clube leonino para o Barça.
A Superfute, fundada em 1994 por José Veiga e Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente do FC Porto, liderava a transferência dos grandes futebolistas portugueses para o estrangeiro e não só. A mudança de Figo do Real Madrid para o Barcelona, em 2000, foi o ponto alto. Em 2001 foi responsável pela ida de Zidane para o clube merengue, quando o francês era figura da Juventus.
A carreira de empresário de jogadores conheceu um ponto final em 2004, quando, pela mão de Luís Filipe Vieira, o ainda presidente do Benfica, assumiu o cargo de diretor-geral da SAD encarnada. A entrada não podia ter sido mais triunfante: ajuda o clube a recuperar o título de campeão, em 2004/05, com Giovanni Trapattoni no comando técnico.
O ano de 2007 marca a despedida do Benfica e também do mundo do futebol. José Veiga muda de rumo e passa a empresário e consultor em vários países africanos. Volta a ser notícia de destaque na manhã desta quarta-feira, por ter sido detido pela Polícia Judiciária. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), existem suspeitas dos crimes de corrupção no comércio internacional, branqueamento de capitais, tráfico de influência, fraude fiscal e participação económica em negócio na compra e venda de ações de uma instituição financeira estrangeira, ações detidas por instituição de crédito nacional.
