José Mourinho: "Se amanhã ficarmos com zero pontos, temos de ser muito otimistas"

José Mourinho
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José Mourinho, treinador do Benfica, fez a antevisão ao jogo com o Bayer Leverkusen, da quarta jornada da fase de liga da Liga dos Campeões, agendado para as 20h00 de quarta-feira, no Estádio da Luz
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Em Newcastle disse que não era um jogo de tudo ou nada. Agora continua a não ser? "Quando o jogo acabar amanhã, ainda estarão 12 pontos em disputa. Mesmo com zero pontos, podemos fazer 12 e qualificarmo-nos. Mas se forem zero pontos em quatro jogos, temos de ser muito, muito, muito otimistas. O jogo amanhã é importante. Se ganharmos, estamos completamente no meio da luta. Se não ganharmos, a situação fica mais difícil. O jogo tem de ser jogador com alma de quem quer muito ganhar e sem ter receio desse tipo de responsabilidade. Se o estádio esteve connosco num jogo da Taça da Liga, uma prova à qual se dá pouca importância neste país, posso imaginar que amanhã também estarão para jogar connosco. Os jogadores têm a maior motivação para o jogo e acredito que vai correr bem."
Este jogo, que pode ser indeciso, tem dado insónias? "Insónias... Só ontem, porque os miúdos fizeram um bocado de barulho. Eram 23h00 e tal e ainda estavam na brincadeira, a ouvir música. Só eles é que me causaram insónias. Insónias, não, mas muito trabalho, muita análise ao adversário, para tentar chegar a conclusões sobre a minha equipa. O leque de opções vai-se alargando com a confiança que me dão. Por exemplo, o jogo que fizeram Schjelderup e Barreiro, em Guimarães, o mais que provável regresso do Dedic, o aumento das opções... Não dá insónias, mas muito a pensar, para encontrar o puzzle correto."
Que Bayer Leverkusen é este, que esta época já mudou de treinador? "É parecido, do ponto de vista tático, ao de Xabi Alonso. É parecido nos desenhos que põe em campo, na organização ofensiva, com alguns jogadores diferentes, mas que foram substituídos por jogadores de perfil semelhante. É uma equipa que defende a cinco, mas, do ponto de vista da organização defensiva, constrói a três e a quatro, com muita rotações, com um avançado mais fixo. É uma equipa difícil, que teve um início de época complicado. Depois, muda de treinador. Este treinador demora algum tempo a encontrar, e encontraram-se. Este último resultado, contra o Bayern Munique [derrota, por 3-0], é um bocadinho descontextualizado, porque o Bayern Munique é uma das equipas mais fortes da Europa, além de que vinham de um jogo da Taça e repousaram alguns jogadores, como foi o caso do Grimaldo. Olhando para a Liga dos Campeões e para a tabela, são duas equipas a precisar de pontos. Espera-se um jogo de dificuldade alta para nós e para eles. O estádio pode estar cheio de gente que vai ver o jogo, ou cheio de gente que quer jogar o jogo. Se eles quiserem jogar, acho que vamos ganhar."
Vindo a trabalhar sob vitórias, chega-se a este momento com mais condições de ganhar pontos? "O momento de vitórias muitas vezes traz relaxamento, muitas vezes traz uma vontade de ganhar e modificar o estado das coisas. Já passámos o momento negativo na derrota do Newcastle. Controlámos os últimos jogos. Agora o nível é diferente, mas espero que a equipa esteja confiante, a sentir maior empatia com o estádio e menos pressão. Os jogadores vão estar à altura. As coisas vão correr bem."

