José Mourinho, a magia e o futuro: "Boa base de construção, o melhor jogo do Benfica"
Declarações de José Mourinho após o Chelsea-Benfica (1-0) da 2.ª jornada da Liga dos Campeões
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Análise ao jogo e o que tira daqui para o futuro? "A minha análise é igual à de todos. Falei à TV para Portugal, Espanha, França e Itália e todos os jornalistas iniciaram de igual modo a dizer que o Benfica fez um grande jogo. Eu também acho. Disse aos meus jogadores que uma derrota é uma derrota, a jogar mais, não deixa de ser derrota, não nos dá nenhum ponto. E perder como fizemos não pode ser um ataque à nossa confiança e crescimento, pelo contrário, tem de ser base de construção. O Chelsea é a melhor das quatro equipas com as quais joguei no Benfica e este é o melhor jogo que o Benfica faz: consistente, sólido, com equilíbrio tático e emocional, cria oportunidades, com pressão, controla bem equipa dificílima... O Benfica fez um jogo muito bem conseguido. Vamos com frustração da derrota, mas é uma boa base de construção."
Falta o golo: "Sim, sem dúvida. Começámos bem, controlámos. Tivemos grandes ocasiões. O golo é talvez o único erro que fizemos a nível defensivo. Da parte do Dedic e aproveitaram. Eles fecharam a zona e deixaram o Garnacho aberto. Foi um jogo estável, estávamos confiantes e tentámos. No último período tentei jogar com jogadores mais frescos. Vi o Malo Gusto em dificuldades e tiram-no e metem um ainda melhor. É o Chelsea, tem um plantel que permite estas mutações. Eu estou aqui há dez dias. É jogar, recuperar, viajar, não tive tempo de desenvolver a parte do treino. Hoje estou muito feliz."
A receção dos adeptos do Chelsea: "Sim, mas isso não me alimenta, são os resultados. Agradeço, mas estava focado no jogo. Ainda ouvi o som... Vivo aqui ao lado em Londres, encontro os adeptos nas ruas, sei que será reação eterno. Espero voltar em 20 anos com os netos. Faço parte da história do Chelsea."
Qual o desejo de continuar a vencer jogos e troféus? "É maior. Porque quando vim ninguém esperava nada, havia muitas perguntas. A minha carreira levou-me a posição em que parece que tenho magia para as coisas funcionarem. Deixei o United após ganhar título, o Tottenham após levar a uma final e a Roma a duas finais europeias. Para mim nunca é suficiente, quero mais. Gosto de me desafiar, quero mais. A família motiva-me. Estou desesperado para vencer o próximo jogo."
Benfica sentiu a falta de Akturkoglu? "Kerem não está cá, o Benfica fez bom trabalho a trazer o Lukebakio, não teve pré-época, teve lesões... É o segundo jogo e mais alguns minutos. Teve pela frente um adversário forte como o Cucurella, é bom jogador, esqueça Akturkoglu."
O cansaço da equipa e os dias de trabalho: "Diferença entre dois ou três dias é fundamental. Um jogo após dois dias não é dramático, mas quatro jogos... é jogar sob fadiga, não tens recuperação completa. Este terceiro dia deu determinada frescura. O apoio fantástico fez-se sentir muito. Stamford Bridge tem boa acústica e os azuis não se fizeram sentir nada. Os jogadores sentiram-se confortáveis a jogar. Obrigatoriamente tem de aumentar os níveis de confiança. O Ríos está no golo, começo a compreender melhor, não tem muita qualidade em espaços curtos, precisa de chegar, vai e recupera a bola, tem sido criticado pelo número da transferência... Os três tanto tempo a jogarem com amarelo é demonstração de capacidade. Com zero pontos não estou contente, mas consegues retirar muitas coisas positivas."