Declarações de José Mota, treinador do Aves SAD, em antevisão à receção que fará ao Vizela (sábado, às 19h45), em jogo da primeira mão do play-off de permanência/subida à I Liga
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Perspetivas: “Vai ser um jogo em que o aspeto mental e as emoções serão muito importantes. Neste caso, temos a primeira mão em nossa casa. É sempre um jogo em que para, e tem sido apanágio ao longo destes play-offs, as equipas da II Liga têm sempre tirado vantagem destes vários fatores. Eu espero que, pela primeira vez, uma equipa da I Liga se mantenha e que tenha pensado da forma mais correta de abordagem estes dois jogos. Há aqui dois fatores que são importantes. O fator motivacional, portanto, no caso da equipa que vem da II Liga, é um fator sempre extremamente importante. As equipas vêm com uma motivação muito grande, querem fazer e mostrar os seus atributos. Estão numa fase muito positiva e as equipas da I Liga têm sido o oposto em termos destes fatores mentais e motivacionais. Eu espero que nós estejamos muito isso bem e tenho um grupo que espero que está preparado, pelo menos ter me dado indicações sobre isso. E penso que o jogo vai ser um jogo intenso, um jogo muito dividido, muito discutido, mas acho que nós temos condições para, pela primeira vez, a equipa da I Liga ficar.
Este estágio serve para tentar agarrar em coisas positivas? “Sabemos que não temos muito tempo e não tenho um grande conhecimento de vários jogadores, não direi das suas qualidades, mas das suas personalidades, ou seja, não conheço muito bem. Este estágio ajuda-nos a ter um conhecimento maior, melhor, a tentar saber também as reações dos jogadores em relação a tudo isto, ao próprio play-off, a toda esta semana que antecede estes jogos e este jogo que é extremamente importante. O nosso propósito é agarrar o grupo e fazê-lo sentir o que é este jogo e o que é este play-off. Conhecer melhor individualmente cada um, saber o que é que eles esperam de nós, dar-nos a conhecer também ao próprio grupo, porque, como sabem, isto foram 15 dias, portanto, há muita coisa em jogo e tudo o que nós apelarmos e tudo o que nós fizermos para anteciparmos e, portanto, tudo isso será benéfico para o grupo e para o próprio jogo. É verdade que fazermos um 'reset' sobre tudo isto é muito importante. Nós, quando cá chegámos, estávamos numa posição de descida ou estávamos numa posição de play-off, poderíamos eventualmente ter conseguido também a manutenção, mas neste momento conseguimos um dos objetivos: este play-off está em ser encarado pelos jogadores com grande responsabilidade. Sabemos a importância do jogo, quer para o Aves, quer para o Vizela e nós queremos também que eles sejam responsáveis e percebam a importância destes mesmos dois jogos.”
Encontra diferenças ou sente que o estilo dos jogos está muito diluído daquilo que o Vizela tem feito? “Não há grandes diferenças. Eu falo por experiência própria. Tenho estado na primeira, tenho estado a trabalhar na II Liga e não há grandes diferenças entre uma equipa da I Liga que está, no nosso caso, ou que esteve quase toda a época nos lugares de descida e uma equipa que está ou que esteve quase sempre nos lugares de subida. Sabemos perfeitamente que não há grandes diferenças em termos de ritmo, mesmo em termos de qualidade de plantel. A diferença que tem existido nestes play-offs, tem sido o fator de motivação, o que uma equipa luta por um objetivo maior que é subir divisão e a outra quer manter o seu estatuto. Sabemos o quanto isso é difícil, não aponto aqui favoritos porque não os há. Se repararmos na história sabemos que quem tem sido mais favoritos são as equipas da II Liga. Nós queremos provar que assim não é, porque temos também os nossos argumentos e tudo faremos para, pela primeira vez, inverter o ciclo natural. Temos de ser ambiciosos, ter muita concentração ao nível do jogo, saber o que é que são as qualidades individuais e coletivas do adversário. E, se fizermos isso, com certeza que também temos os nossos argumentos bem vincados e queremos, como é óbvio, permanecer na I Liga.”