Pela terceira época consecutiva, José Mota pega numa equipa a meio da temporada. Nos dois anos anteriores, fez com que Feirense e Aves subissem à I Liga. Agora, o desafio é diferente.
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As últimas épocas da carreira de José Mota têm sido a apagar fogos. Há duas temporadas, Rodrigo Nunes, presidente do Feirense, chamou Mota para substituir Pepa no emblema de Santa Maria da Feira e o treinador completou o regresso dos fogaceiros à I Liga. Na época anterior, foi a vez de Luiz Andrade, líder da SAD avense, fazer mais ou menos o mesmo com Mota sendo que, dessa vez, o treinador substituiu Ivo Vieira e, no fim, voltou a festejar mais uma subida. Agora, o dirigente voltou a confiar no técnico de 53 anos, mas para assegurar uma permanência no primeiro escalão que o Aves nunca conseguiu na sua história.
Mas, afinal, o que muda nas equipas quando José Mota assume o comando? Luís Barry, avançado que jogou no Aves na temporada passada, e Semedo, que trabalhou com o técnico no Feirense, contam que, acima de tudo, o treinador mexe com o aspeto psicológico do grupo. "Ele trouxe uma injeção de confiança e um discurso muito positivo para o balneário", revela Barry, agora no Académico de Viseu. "Tentou juntar as tropas e fez-nos acreditar que era possível dar a volta", corrobora Sérgio Semedo, que está no Leixões.
Além disso, não é só no divã que Mota tenta puxar pelo plantel pois, segundo Barry e Semedo, os adeptos do Aves podem esperar uma equipa mais pragmática nos próximos encontros. "Lembro-me que o importante não era jogar bonito. Importante era ganhar custasse o que custasse e foi isso que ele impôs nas primeiras duas semanas de trabalho", recorda o atacante. "O Aves precisa de pontos e José Mota privilegia a objetividade no futebol. É pragmático e, mais do que ninguém, vai saber transmitir isso", completa Semedo.
Premissas para conferir nos próximos tempos, a começar pela visita de terça-feira ao Braga, estádio onde o Aves soma cinco derrotas e um empate.