José Gomes Mendes: "Vamos ter quatro ligas se contar os apoios do meu adversário e os que tenho"
Reação do candidato a presidente da Liga à declaração de Reinaldo Teixeira, que também concorre ao ato eleitoral de 11 de abril, que afirmou ter "mais metade do apoio das sociedades desportivas"
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No final da apresentação da candidatura, José Gomes Mendes falou na zona mista, respondendo diretamente à questão relacionada com a declaração de Reinaldo Teixeira, o outro candidato a presidente da Liga, que afirmou na segunda-feira que tinha o apoio de “mais de metade dos clubes da I e da II Liga”.
Porque que é que se considera o homem certo para liderar os destinos da Liga Portugal e quais são em concreto os principais objetivos desta nova equipa? “Considero-me o homem certo porque tenho a equipa certa. Nós identificámos aquilo que são os aspetos cruciais para o desenvolvimento da Liga nos próximos tempos, a questão da centralização dos direitos e da sua conexão com os aspetos comerciais e da organização e a questão desportiva, pôr o jogo no centro da decisão. Estes dois homens que estão comigo [José Couceiro e Pedro Mendonça, propostos para a Direção Executiva] garantem que esses dois aspetos críticos vão ter o desenvolvimento certo.”
Outros objetivos: “Há um conjunto de agendas que estão bem identificadas de negociação, quer com a Federação Portuguesa de Futebol, quer com a governação deste país, no sentido de encontrarmos condições mais equilibradas para que o futebol se possa desenvolver e possa competir internacionalmente. E, por esse efeito, tenho a minha experiência, e, portanto, entendo que posso ser uma mais-valia na condição desse processo”.
Reinaldo Teixeira, também candidato à presidência, disse que tem o apoio de mais de metade das sociedades desportivas... “Se eu contar os apoios que o meu adversário disse que tem com aqueles que eu tenho, vamos ter quatro ligas. E, portanto, como imagina, nesta fase estamos a ouvir as sociedades desportivas. Eu não passo atestados de incompetência às sociedades desportivas. Depois de ouvirem é que tomam a sua decisão. Eles estiveram cá para ouvir, tenho dialogado com eles, e acredito que tenho o melhor projeto e a melhor equipa. A minha convicção, não trabalho num outro cenário, é que no fim do dia, que é no dia 11 de abril, eu vou ter a maioria dos votos e vou ser presidente da Liga, sendo que no dia seguinte estamos todos do mesmo lado.”
Alguma vantagem por ter trabalhado muitos anos com Pedro Proença?
“A única vantagem é que eu conheço bem o doutor Pedro Proença, ele conhece-me bem a mim. Eu estive, em duas ocasiões, na Assembleia Geral. E eu, como Presidente da Assembleia Geral, acompanho os dossiés da Liga porque têm de passar na Assembleia Geral. E, portanto, há este diálogo próximo , temos um alinhamento de ideias e é um elemento facilitador para o que vem a seguir.
Que relevância dá às presenças, na sua apresentação, dos presidentes do FC Porto e do Braga?
“Dou a relevância que dou à presença de todos os outros representantes das sociedades desportivas. São apoios que eu recebo de braços abertos.
Esta presença significa que poderá haver uma divisão Norte-Sul entre as duas candidaturas?
“Li num jornal qualquer esse comentário que não sou capaz de perceber. A minha equipa é de Lisboa. Mas é de Lisboa, não é por ser de Lisboa, é porque é competente. Eu sou um híbrido. A minha vida foi passada entre Lisboa e Norte. Nasci num lado, cresci no outro. E, portanto, eu acho que esse é um discurso que hoje não tem qualquer cabimento. Nem consigo perceber e esses tempos não podem voltar à Liga. Quem anda a dizer isso não tem lugar na Liga. Nós estamos aqui pela competência, pelo futebol português. O Norte-Sul não interessa. Eu sei lá quais são as equipas que amanhã, estão no campeonato, elas vão disputar dentro do campo. Não sei se são mais do Sul, se são mais do Norte, se são mais as regiões autónomas. E, portanto, esse tema não faz qualquer sentido e eu, naturalmente, não embarco nesse tipo de conversa, porque acho isso absolutamente inútil. Isso é o passado. E nós estamos aqui para olhar para o futuro.”