Jorge Jesus: "Uma equipa portuguesa teria muita dificuldade em ser campeã na Arábia Saudita"
Declarações do treinador português do Al Hilal em entrevista ao Canal 11
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Arábia Saudita: "Isto vai ser o futuro para muitos profissionais. Até ao Mundial de 2034 não vai parar de crescer. É um país culturalmente diferente. Eu sou emigrante e reconheço as regras, no meu contrato de trabalho está escrito o que tenho de respeitar. Se não respeitares metem-te no avião e vais embora. Não é como na Europa, que bateu no fundo. Sinto que me respeitam e que estou seguro pelo contrato de trabalho."
Comparação entre as grandes equipas portuguesas para as grandes equipas sauditas: "Nem há comparação. É só ver. É só ver a qualidade dos jogadores do Al Nassr, Al Ittihad. Quem é que faz a qualidade do jogo? Os adeptos? São os jogadores... uma equipa portuguesa teria muita dificuldade em ser campeã na Arábia Saudita. Benfica, Sporting e FC Porto perderam qualidade. A minha equipa no Benfica tinha muita qualidade, o FC Porto tinha uma superequipa. Sempre fomos pioneiros, contratávamos jogadores em vários países a preços baratos e fazíamos grandes jogadores. Agora não. Os grandes atualmente já vão ao Brasil e à Argentina. Nós fomos perdendo qualidade. Às vezes aparece uma surpresa, como o Gyokeres. No Benfica voltou o Di María."
Gestão de Di María: "Os grandes jogadores ajudam sempre mais do que prejudicam. Também tens que saber como é que podes valorizar as caracteristicas dele. Se o Benfica perde a bola, vamos imaginar que está a jogar na ala e tens que defender com o lateral... esquece, o Di María não faz isso. Nem tem que fazer. O talento e capacidade fisíca que temos que lhe dar para estar sempre folgado, temos que arranjar outros para fazer isso. Na minha opinião deve jogar na mesma."
Destaques em Portugal: "O Gyokeres. Esse foi uma surpresa, joga em qualquer parte do mundo e sempre bem. A componente física dele é muito forte. Os dois miúdos do Sporting, que jogam como alas, apareceram também com alguma surpresa. No Benfica... o António [Silva] não conhecia, mas o Tomás [Araújo] trabalhou comigo. Uma vez coloquei-o a jogar num jogo. Já via que tinha características para ser um bom central. O lateral-esquerdo, o Carreras. Gosto muito das características dele."