Treinador do Benfica reflete sobre a covid-19 e diz não saber "o que vai acontecer daqui para a frente".
Corpo do artigo
Na sequência da derrota do Benfica frente ao Braga (2-1), nas meias-finais da Taça da Liga, Jorge Jesus foi questionado pelos jornalistas sobre o surto de covid-19 que assolou a estrutura do futebol profissional das águias nos últimos dias.
O técnico das águias vincou que não pretende "arranjar desculpas" para o desaire, mas sublinhou que foi uma semana "difícil" para a equipa da Luz. "Não morreu ninguém dentro da estrutura do Benfica, mas numa semana tivemos 26 casos, entre jogadores e todo o staff, onde nalguns treinos tive de treinar uns a uma hora, outros noutra, não nos pudemos encontrar, não houve ambiente, trata-se de um problema numa família onde todos têm de estar separados. A nossa família é o Benfica, há umas semanas conseguimos restabelecer a equipa, esta semana foi um surto complicado, adaptámo-nos, tivemos que adaptar-nos com jogadores que não têm jogado tanto. O Benfica podia ter ganho este jogo", assinalou Jesus, assumindo que "está assustado com o futuro" face à situação atual da covid-19 em Portugal:
"Tivemos que ir a jogo, a lei assim determinou. A consciência que tenho é que o Benfica podia ter ganho o jogo. Fez o suficiente para isso. É verdade que falhámos nos pormenores, mas fomos a jogo e perdemos, portanto não me quero desculpar com mais nada. Claro que o futuro me assusta. São 18 jogadores que já tiveram este problema. Não sei o que é que vai acontecer daqui para a frente. O único da equipa técnica que não foi infetado sou eu. Tem sido complicado estarmos separados, uns treinam a uma hora, outros treinam a outra, é complicado emocionalmente e psicologicamente. Geri durante a semana todo o grupo, uma família que tem de estar separada. Não tem sido fácil para nós", rematou Jorge Jesus, em conferência de imprensa.