Jorge Jesus prometeu arrasar quando voltou à Luz, mas de agosto até ao Natal registou a sua segunda pior percentagem de vitórias pelos encarnados.
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Pujante, Jorge Jesus disse a 3 de agosto, na apresentação como novo treinador do Benfica, que queria "arrasar" e deixou uma garantia. "Não vamos jogar o dobro. Vamos jogar o triplo", relembrando a mítica afirmação de 2009 quando prometeu ser avassalador como a equipa de Quique Flores, no ano anterior, não era.
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Passados 21 jogos, o pecúlio de JJ até ao Natal está longe do dobro. Nesse ano, que culminaria com o Benfica campeão, os encarnados somaram 17 vitórias em 24 jogos, ou seja 70,8% de taxa de sucesso. Agora, em 21, as águias venceram 13, somando mais um empate e mais uma derrota (4 cada), tendo assim uma percentagem de triunfos de 61,9. Mesmo em caso de vitória nos próximos três jogos, que irá fazer equivaler o número de desempenhos, ficará sempre com menos triunfos.
Com a derrota na Supertaça por 2-0, o técnico encarnado alcança o seu segundo pior arranque pelas águias: só superado pela época 2010/11, cuja pecentagem de vitórias foi de 60,9. A falência ante o FC Porto faz desta a terceira temporada em que encaixa quatro ou mais desaires desde agosto ao período natalício (9 em 2010/11, 5 em 2014/15) e coloca a longa distância o melhor registo de Jesus neste período, que data de 2012/13, quando o Benfica ganhou 15 dos primeiros 21 jogos, chegando à melhor percentagem de triunfos com o amadorense (71,4%).
Com a derrota na Supertaça, o Benfica chegou aos quatro desaires. É, depois de 2010/11 e 2014/15 a pior performance de Jesus neste capítulo
A regularidade ao início vale o que vale, como Jesus várias vezes referiu durante os seis anos anteriores na Luz, e os pontos estão sempre por somar, mas este ano o técnico ao perder dois jogos seguidos na liga (Boavista e Braga), já tem uma pressão acrescida, pois em 2009/10 e 2013/14 só soçobrou no campeonato duas vezes e em 2012/13 apenas uma. Nesse sentido, vai ser um esforço hercúleo o do Benfica para ter uma caminhada até final do ano que possa fazer com que JJ entre no pódio das suas melhores épocas na Luz.
Golos sofridos destoam da experiência de Luisão
O ataque, dizem os números, não tem sido tão problemático [ver peça à direita], mas a defesa sim. São 25 golos sofridos em 21 encontros, perfazendo uma média de 1,19 tentos concedidos por jogo, só sendo novamente superada pelo ano atípico de 2010/11, cuja média foi de 1,26. Até aqui o triplo está longe da realidade. Luisão guiou os melhores conjuntos e em 2009/10 com David Luiz alcançaram a maior solidez inicial (0,63), ou seja quase metade da média dos golos agora permitidos. Depois o brasileiro prosseguiu com Garay (0,67) e em 2014/15 com Jardel (0,75). Apesar de Vertonghen e Otamendi serem tarimbados no estrangeiro, de seleção, ainda não estão a fazer valer o peso da experiência.