João Henriques, treinador do Vitória, fez a antevisão ao encontro da sétima jornada com o Sporting.
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Travar o Sporting: "Não estamos só preocupados em travar o Sporting, estamos preocupados com o crescimento do Vitória. Essa é a nossa preocupação. Continuar a crescer, com pontos. Sermos uma equipa mais consistente em cada um dos 90 minutos e é o que vamos procurar fazer neste jogo. Se formos consistentes durante os 90 minutos será muito mais difícil ao Sporting fazer o percurso que tem vindo a fazer. Não estamos preocupados em travar o Sporting, estamos preocupados em consolidar os nossos processos, que é a nossa posição na tabela classificativa e o crescimento das nossas individualidades".
Equipa preparada para fazer um bom jogo completo? "Nós acreditamos, acreditamos nesta solidez que estamos à procura de semana para semana. Pretendemos aumentar os 45 ou 60 minutos bons para os 90 minutos do jogo".
Evolução: "Isto faz parte da mudança de ideias e de equipa técnica. Houve uma alteração das ideias, dos princípios, há um assimilar das ideias e há um espaços de tempo e temos que perceber que na aprendizagem há uma evolução e depois pode haver retrocessos. Já estamos na quarta semana, há mais identificação, os jogadores estão mais adaptados ao que queremos e acreditam muito mais. Nesta altura toda a gente já acredita no que queremos fazer e isso ajuda a sermos uma equipa mais sólida".
Esquema de Rúben Amorim torna o jogo mais previsível e mais fácil de contrariar? "Há um conhecimento muito grande das equipas. O Sporting, apesar de essa estrutura muito bem consolidada e identificada, tem dinâmicas muito fortes. Eu, por exemplo, quando tiver consolidada a estrutura habitual, tenho um plano B. E o plano B não é ficar agarrado a uma estrutura porque queremos ser uma equipa... Não fugindo da nossa identidade somos um camaleão à mesma temos várias cores consoante o que queremos. E o Sporting, apesar de ter essa estrutura própria, tem dinâmicas próprias, e depois as individualidades fazem com que as dinâmicas sejam diversificadas. É diferente estar a jogar com João Mário e com Matheus, ou Pote e Nuno Santos, ou Sporar e Jovane. O que não foge da estrutura que está bem identificada. As outras equipas sabiam o que nós sabemos, mas não conseguiram contrariar, apenas o FC Porto empatou. E é isso que vamos tentar: há sempre situações, por exemplo uma bola parada, que consegue desbloquear jogos. E cada vez temos a nossa identidade que a pouco e pouco vamos conseguindo implementar.
Sporting é o mais forte dos últimos anos? Tem mais dúvidas ou mais certezas sobre este Sporting? "Não tenho dúvidas nenhumas do trabalho do treinador. É algo que está bem identificado, está consolidado. Também não há dúvidas relativamente há qualidade dos reforços. O coletivo também está a funcionar. Não sabemos é que consistência vai ter na regularidade de uma maratona. Nesta parte dos 100 metros estão a ganhar, claramente estão à frente. Na maratona quem for mais consistente, quem conseguir ultrapassar as adversidades da época, quem mantiver mais equilíbrio internamente nas estruturas, quem passar a mensagem correta, terá mais sucesso. Mas isso não sabemos, não fazemos futurologia. Acontece o mesmo com o Vitória. Estamos dentro do que perspetivamos, que é sermos uma equipa competitiva e estarmos nos lugares de cima da tabela, não sabemos é o que vai acontecer para a frente. Vamos tentar ser estáveis, emocionalmente consolidar as nossas ideias, os adeptos do lado da equipa. Isto tudo junto pode proporcionar uma época muito boa. Quem for mais regular, mais estável, mais equilibrado, vai de certeza tirar frutos. No caso do Sporting, se olhar muito para trás, esquece-se do que vem para a frente. E é isso que estamos a fazer no vitória: o que está para trás está fechado, vamos olhar para a frente. Com esta mentalidade vamos tentar tudo para apanhar o que vai à nossa frente e, no caso do Sporting não tem ninguém à frente, não pode sequer olhar para trás. É essa mentalidade que o Rúben está a passar".
Quaresma reencontra o Sporting. Jogo especial? "Com 37 anos, depois de passar por onde passou, este é um jogo especial porque onde foi ele iniciou a sua carreira profissional e a sua formação. Tirando isso é mais um jogo na carreira do Ricardo. Vai ser um jogo que qualquer jogador gosta de jogar, com 37 ou 17 anos, é igual. Tem a diferença da maturidade competitiva, ele está completamente à vontade, sabe o que cada um dos momentos do jogo precisa e sabe o que tem para fazer, está comprometido com tudo o que é o projeto do Vitória e tem sido muito importante para a integração dos jogadores e para ajudar estes jovens a crescer. Desde que cheguei, tem sido um exemplo para todos na forma como treinar, jogar, liderar, cooperar, tem sido um dos bons exemplos, juntamente com jogadores que já estavam na casa como André André, Mikel, Sacko. Têm sido exemplares no agregar de um grupo com talento e que precisa de potenciar o seu coletivo".
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