O advogado dos arguidos Carlos Silva "Aranha" e Gustavo Oliveira, ambos em prisão domiciliária, jogou ao ataque e apontou a incongruências nos relatórios dos elementos da Polícia Judiciária
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O julgamento, que decorre em Lisboa, conta com 27 arguidos, oito deles antigos jogadores do Oriental, bem como ex-futebolistas da Oliveirense, do Penafiel e do Académico de Viseu, além de dirigentes desportivos, empresários, um elemento de uma claque e outras pessoas com ligações ao negócio das apostas desportivas.
Na sessão de ontem, no Campus da Justiça, que foi interrompida ao almoço por ausência forçada de um dos juízes - a próxima audiência será a 3 de maio - "aqueceu" da parte da manhã quando Nélson Sousa, advogado de Carlos Silva "Aranha", elemento da claque Super Dragões, e Gustavo Oliveira, empresário, ambos intermediários dos investidores da Malásia, questionou os dois inspetores da Polícia Judiciária presentes sobre a forma como os relatórios de investigação foram feitos.
Para o advogado, "existem muitos lapsos que precisam de ser apurados", aludindo ao facto de um dos relatórios "não estar assinado por quem prestou as declarações via por telefone" e num outro auto "assegura que Carlos Silva teria se deslocado à Covilhã quando a essa hora estava a jogar futebol pelo Canelas Gaia", uma versão que foi, aliás, confirmada pelo inspetor da PJ ao coletivo de juízes.
Pela primeira vez na sessão de julgamento foram passadas imagens dos encontros entre os arguidos, leia-se jogadores com Aranha ou Gustavo Oliveira, e detalhados os métodos de investigação, que passava por seguir, a par e passo, fotografar e filmar os, então, suspeitos.
"Foram feitas várias vigilâncias a vários jogadores do Oriental e da Oliveirense e a dirigentes do Leixões", confirmou um dos inspetores responsáveis pelo trabalho de campo.
Recorde-se que em causa, estão crimes de associação criminosa em competição desportiva, corrupção ativa e passiva em competição desportiva e apostas desportivas à cota de base territorial fraudulentas.