Luís Castro trabalhou com o último jovem lançado por Roger Schmidt, que vê a chegar ao topo
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Estreou-se pela equipa principal no último jogo, na goleada (5-0) ao Arouca, e vai continuar sob a vigilância de Roger Schmidt na semana em curso e com possibilidade de chamada à próxima pré-época. Isto acontece porque João Rego é “um talento puro” que, segundo avalia a O JOGO Luís Castro, que o treinou no Benfica Campus, poderá chegar ao topo da hierarquia benfiquista e triunfar. “É um miúdo com futuro. Quando eu estava no Benfica, não era opinião só minha mas de muita gente, era visto como um talento e que se as coisas correrem de forma normal poderá atingir um nível muito alto”, desvenda.
Atual treinador do Dunkerque revela que a leitura interna das águias apontava para que o jogador de 18 anos, “muito diferente de João Neves”, venha a “atingir um nível muito alto”.
O atual treinador dos franceses do Dunkerque da II Liga, que conduziu os sub-19 encarnados à conquista da UEFA Youth League (2021/22) e da Taça Intercontinental sub-20 (2022), vê João Rego como “um segundo avançado”, posição que ocupou no jogo da estreia, quando substituiu Rafa aos 85’, tendo alinhado no apoio ao ponta-de-lança Tengstedt. “É um jogador muito inteligente, um talento puro, com qualidade técnica, condução de bola e drible”, retrata.
Para o técnico de 44 anos, o jovem de 18 anos, que está vinculado às águias até junho de 2028, está “fisicamente por ‘acabar’”. “Mesmo não estando fisicamente no seu máximo, já consegue alinhar na equipa B e chegar à formação principal, o que demonstra que é um jogador a ter em conta para o futuro porque está a jogar em patamares mais altos e vai continuar de certeza a fazê-lo. Não está totalmente maturado, o que dá ainda mais a certeza de que pode evoluir muito mais. Quando maturar, terá ainda mais impacto”, perspetiva o técnico português, destacando que “trabalha bem, tem uma mentalidade muito positiva, é coerente nos aspetos de trabalho, o que é cada vez mais importante no futebol”. “Muitas vezes vemos talentos perderem-se pela ausência destes atributos”, destaca Luís Castro.
O finalizador de último terço e um Neves em todo o campo
João Rego cruzou-se com... João Neves em campo diante do Arouca mas também quando eram ainda crianças no centro de treinos do Algarve. A posição... e não só, distingue-os. “São jogadores totalmente diferentes. O João Rego é muito mais ofensivo, é mais de último terço e de estar perto da baliza. O Neves é um tipo de jogador diferente, é de meio terreno e, para além das qualidades técnicas, tem uma capacidade física fora do normal. O Rego é um mais de definição, tem golo”, compara.
Ganhou o lugar
João Rego, de 18 anos, foi o sexto jogador da formação a estrear-se na era Schmidt. O jovem entrou em campo para o lugar de Rafa e concretizou um dos seus maiores sonhos.
Nas águias desde os 14 anos, o jovem foi identificado aos 8 anos, quando jogava futebol com o irmão na praia e chamou a atenção ao ponto do seu nome ser indicado a Shéu, que depois o encaminhou para a estrutura. João foi treinar ao Centro de Formação e Treinos, do Algarve, onde partilhou balneário com João Neves. Os dois reencontraram-se em campo no relvado da Luz e celebraram o momento com um forte abraço no final do jogo, já depois de Neves ter oferecido uma bola ao estreante, para este quase marcar.
Chamada foi uma surpresa, mas vai continuar a trabalhar com Schmidt até ao final da temporada
Apesar desses treinos no Algarve, João Rego não se adaptou e regressou ao Ourique, sempre vigiado pelos encarnados, onde regressaria uns anos depois, aos 14. O alentejano, muito ligado aos pais e aos dois irmãos gémeos, Gonçalo e Joana, nos primeiros tempos, continuou a viver em Ourique, apesar de treinar no Seixal. Era a estrutura encarnada quem garantia a logística das deslocações até se mudar em definitivo para o Benfica Campus.
A noite de domingo foi especial para João Rego e para toda a sua família, que se emocionou com a sua estreia. Numa época em que jogou em quatro escalões diferentes - sub-19, sub-23, equipa B e principal - a chamada de Schmidt à convocatória foi uma surpresa para o jovem que se sentiu bem acolhido por todo o plantel. Apesar do nervosismo, tentou encarar o jogo como algo normal e a pressão não se sentiu quando entrou em campo e tentou visar a baliza duas vezes. Para o futuro a curto prazo, o avançado, que tem contrato até 2028, ganhou o lugar e vai continuar a treinar esta semana às ordens de Schmidt, com os olhos na pré-temporada encarnada.