João Rego e a estreia na equipa A do Benfica: "Era um balneário gigante, nem encontrava a casa de banho..."

Chamado a treinar com a equipa A: "Fiquei logo todo entusiasmado, 'vou treinar com a equipa A'! Cheguei lá e estavam jogadores que desde pequenino via na televisão. Fomos treinando todos os dias, sempre na esperança, à espera, 'será que vai cair outra chamada, será que não vai?' E a mensagem foi continuando a chegar, até que chegou o último dia do treino até que fui informado que ia integrar a convocatória para o jogo. Nunca pensei que podia estar a partilhar o balneário com eles. Fui bem recebido pelos meus colegas, também tinha o Spencer, que tinha ido mais vezes e deixava-me mais à vontade. A velocidade é outra. Fui tentando fazer o que sabia fazer, não inventando muito, tentando fazer simples para ganhar a confiança deles aos poucos. E correu bastante bem."

Roger Schmidt informou que estava convocado: "No fim do treino foi ter comigo. Perguntou-me se estava preparado, eu disse que estava e informou-me que estava convocado para o jogo. Quando o míster disse isso mantive-me normal no campo, claro que fiquei muito contente, mas assim que cheguei ao balneário explodi de felicidade. Quando estava num momento a sós, pensei que todos os sacrifícios, os treinos, todas as viagens que tinha feito com os meus pais, tudo iria valer a pena. Ter a oportunidade de estar lá, pisar o Estádio da Luz, mesmo que não entrasse. Só estar lá por si só seria um sonho."

Pai veio do estrangeiro mais cedo: "Entretanto o meu pai já me tinha dito que se calhar não seria bem a melhor data, porque tinha viagem no estrangeiro. Acabou por ir, mas voltou mais cedo, disse que não conseguia, tinha de estar lá presente por mim."

Dia do jogo: "Fizemos concentração no Estádio da Luz, pedi para ir com o João Neves. Falámos de tudo um pouco. Ele perguntou-me se estava preparado, eu disse que sim, ele disse apenas para me divertir e estar tranquilo. Tentaram fazer uma brincadeira ou outra, disseram para sentar no lugar que estava vazio, supostamente era do Di María. Eu acabei por não me sentar, o Florentino disse: ‘Não faças isso’. Passámos a ponte, uma fila cheia de carros tudo a apitar e a gritar Benfica, foi incrível. Era um balneário gigante, nem encontrava a casa de banho, com tantas portas. Quando entrei e vi a camisola foi um momento que me marcou bastante. Vieram chamar-me, disseram que era eu. Ok, agora tens de estar pronto. O míster disse para jogar sem medo, jogar com coragem, fazer o que sabia e estar tranquilo. Ouvi, segui os conselhos e fui fazer o meu melhor."

Rui Costa parabenizou: "O presidente no fim do jogo passou pelo balneário, deu um grande abraço, e os parabéns pela estreia. Foi mais um passo. Perguntou se eu estava muito feliz e respondi que sim, que tinha cumprido um dos meus sonhos. Foi um momento incrível, lembro-me de o Diogo [Spencer] estar ali e dizer: ‘Vai Rego, é agora’. E com a despedida do Rafa ainda marcou mais."