João Paulo Correia: "A tecnologia deve ser aposta para aumentar a transparência"
Declarações de João Paulo Correia, Secretário de Estado do Desporto, no "Football Talks".
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Organização do Mundial com Espanha: "Conto que em 2030 Portugal esteja a organizar mundial com Espanha, é um grande objetivo do país, tem um grande impacto económico."
Como vê o futebol em 2030? "Temos grandes expectativas para os próximos anos no desporto em geral, esperamos organizar outras competições, Eurobasket, Gimnoestrada, Europeu de andebol, em conjunto com Espanha. Esperamos que, com o fim da pandemia, o número de atletas federados, hoje na casa dos 600 mil, suba e que em 2030 esteja perto do milhão nas diversas modalidades. Gostaria de destacar que este fim de semana tivemos jovens promessas a afirmarem-se na natação e canoagem."
Como o futebol ajuda o país? "Na perspetiva económica, tem o seu peso. O futebol é uma indústria e tem uma força maior que tem a ver com a projeção de Portugal no mundo, internacionalização da marca Portugal, dos seus clubes, seleção, jogadores. A seleção é um dos maiores fatores de identidade. Importante na confiança que outras organizações dão a Portugal e à FPF, como se viu pelas palavras de Ceferin, viu-se como recebemos finais da Champions na pandemia."
Futebol feminino: "A estratégia da federação tem o objetivo de crescimento no feminino e modalidades. Os clubes que mais vão crescer são os que vão apostar no feminino, porque há aí grande margem de crescimento. Futebol tem uma força social única, até na forma como contagia as outras modalidades. Temos de defender os valores e os princípios. Por isso hoje há uma guerra na Europa, porque esses princípios e valores foram violados. Portugal está longe da média europeia no futebol feminino, árbitros, dirigentes, na cauda a Europa.
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Desporto feminino na Europa: "Os números dizem-nos que teremos de ter uma estratégia de força, para a igualdade de género no desporto, recomendações de políticas públicas. O desporto feminino crescerá se as mulheres ocuparem lugares de poder no desporto e no futebol."
Uso da tecnologia no futebol: "Não me vai levar a mal que não comente arbitragens e polémicas. A tecnologia deve ser aposta para aumentar a transparência. Até pela relação com clientes. Com um grau de transparência maior, aumenta a confiança. A tecnologia serve também para reduzir os custos ambientais."
Centralização dos direitos televisivos em 2028/29: "Sem dúvida que é importante o decreto-lei aprovado em 2021, com o objetivo de aumentar receitas televisivas e multimédia para os clubes e diminuir as desigualdades entre quem recebe mais e menos. Aqui pode chegar a 15 vezes mais entre quem ganha mais e menos, diferença maior do que noutros países europeus. Até 25/26 terá de ser ser apresentado um modelo para a centralização e o governo continua disponível para continuar a conversar com as organizações do futebol. Pergunta que deixo: o mercado consegue remunerar em 2025/26 mais do que consegue hoje? Porque quando se avançar com um concurso tem de haver um grau de confiança que conforte o governo e os clubes para que a remuneração vai aumentar em termos de receitas."
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