João Neves: a pessoa mais importante no trajeto, a morte da mãe e o apoio do Benfica

Pessoa mais importante no trajeto: "O meu pai. Foi sempre o pilar principal da minha parte profissional. Se bem que a minha mãe tratava de outro tipo de coisas, da parte da escola, e esse tipo de coisas, mas da parte profissional, futebolística, foi o meu pai."

Jogar depois da morte da mãe foi prova de maturidade? "Perdi a minha mãe, como é óbvio foi o momento mais triste da minha vida, sem dúvida que vai ser. O futebol foi sempre aquilo que me libertou dos problemas e dos pensamentos mais pesados que tive. Ir treinar e estar com os meus amigos, sentir a relva, a bola, não apaga os problemas que estava a ter, longe disso, mas resolve outros, e tenta que eu me alegre. Ficar em casa, pensativo, ia ser muito pior. Como eu gosto mesmo de futebol e de jogar à bola, e de ajudar o Benfica, decidi ir para o treino e jogar o jogo a seguir."

Apoio dos amigos, colegas e do Benfica: "No dia em que souberam, toda a gente perdeu um bocado do seu tempo – e eu respeito muito perderem o seu tempo para me confortar. No dia do funeral irem lá o Presidente, o vice-presidente... os meus amigos mais chegados, que vieram da Formação comigo, estarem lá, é amizade. Não há muito que se possa explicar, é amizade. E toda a gente que tem amizades com os seus sabe o que é isso."

Liderança e defesa dos valores: "A verdade é que não gosto muito de me elogiar e falar de mim, mas acho que vem da maneira como fui educado. A parte sentimental, a parte mais amável, essa parte mais da minha mãe; a parte mais militar e mais rigorosa, pelo meu pai. E o meu pai sempre me disse: 'Esperto é aquele que aprende com os seus erros, inteligente é aquele que aprende com os erros dos outros.' E eu sempre preferi ser o inteligente do que o esperto. Tento sempre fazer o melhor, e faço sempre o que acho que está bem. Acho que é isso que diferencia."

O que o Benfica representa? "Eu acho que já disse algumas vezes em entrevistas: o Benfica, para mim, é um modo de vida. É sentir o Benfica, é viver o Benfica, é... Jogo desde os três anos, e antes de estar no Benfica jogava na Casa do Benfica em Tavira. Por isso, é um modo de vida, já não dá para fugir ao Benfica."

A saída vista pelos adeptos: "Não sei se vão perceber, ou não, mas espero que eles continuem a apoiar-me como têm vindo a fazer, porque, não estando no campo, agora sou eu que estou com eles, estou no mesmo lado da moeda, estou a ver o Benfica de fora e a festejar os golos com o mesmo entusiasmo."

Mensagem para os adeptos: "Queria enviar uma mensagem de agradecimento pela maneira como vocês me trataram desde o primeiro dia. Sou Benfica e serei sempre Benfica! Neste momento o principal é apoiarmos o Benfica ao máximo, todos os jogos, jogo após jogo, derrota, vitória, empate, seja o que for, e vamos lutar até ao fim para sermos campeões!"