Atacante de 39 anos, ainda a jogar no segundo escalão da Nova Zelândia, acredita que o fosso entre o nível do adversário das águias e os restantes participantes é ainda maior do que entre 2014 e 2016.
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João Moreira, internacional jovem da geração de nomes de peso como João Moutinho, Nani, Miguel Veloso e Rúben Amorim, jogou no Auckland City entre 2014 e 2017, colecionando conquistas tanto a nível interno como na Liga dos Campeões da Oceânia. Disputou três vezes esta competição e permanece no país dos kiwis, aos 39 anos.
Como avalia esta equipa do Auckland City?
—De momento, é uma equipa sem qualquer experiência para o alto nível que esta competição requer. Penso que será difícil encontrar pontos fortes: pelo contrário, facilmente se percebem os pontos fracos, tendo em conta o nível dos adversários.
Qual o desfecho que espera para o jogo contra o Benfica? Acredita que haverá alguma hipótese de existir um “escândalo” e o Auckland City surpreender?
—Não… nem no [videojogo] FC24 [risos]! Não acredito. Se o Benfica estiver ‘à Benfica’ e entrar com um ritmo alto, acredito que ganhe por mais de seis! O nível é bastante elevado para a nossa equipa amadora.
Seis elementos do plantel ainda foram seus colegas. Continua a manter contacto? Já falou com eles sobre este Mundial?
—Sim, sim, falo regularmente com eles e fizeram-me algumas perguntas sobre como é estar numa situação como esta. Estão excitados com a oportunidade e muito felizes por poderem estar num palco assim.
Há jogadores ali com qualidade para jogar noutros patamares, como, por exemplo, uma I Liga europeia?
—Sendo sincero, acho que nenhum está ainda nesse nível. Mas como o futebol é uma ‘corrida de cavalos’, nunca se sabe, depende de muitos fatores…
É público que todos os jogadores têm outras profissões, sendo o futebol quase apenas um passatempo. Já era assim na sua altura?
—Na altura havia o estatuto de semiprofissional e o de amador, mas a Federação mudou as regras entretanto e deixaram de existir semiprofissionais. Agora os contratos dos jogadores são apenas de amador. Na altura não havia restrições para o número de estrangeiros por equipa, e agora cada clube só pode ter um máximo de três, além de serem obrigados a jogar com pelo menos dois jogadores sub-23 como titulares. Essas alterações fizeram com que o nível do futebol no país descesse drasticamente.
Como são as condições do Auckland City, e do futebol neozelandês no geral? Esta participação pode atrair jogadores estrangeiros?
—Eles estão num palco mundialmente visível… mas não creio que vá atrair muitos jogadores, porque o nível aqui é amador. É uma diferença muito grande.
Como se deu a oportunidade de jogar na Nova Zelândia? O que motivou a sua decisão na altura?
—Um empresário que eu não conhecia contactou-me e perguntou se estaria disponível para ouvir um potencial interesse de um clube que ia participar no Mundial de Clubes. Depois de umas semanas de conversações, a coisa deu-se.
Decorridos 11 anos, ainda continua por aí. Pensa jogar até quando?
—Sim, estou no Northern Rovers, na segunda divisão. Ao mesmo tempo, treino também as crianças do clube. Mas estou a pensar regressar a Portugal em breve.
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