João Mário: suspeitas do Sporting, possível guerra jurídica e o "fator Pastorello"
Ex-leão deslocou-se a Milão e rescindiu com o Inter, o que lhe possibilitou assinar, sem perspetiva de riscos, pelo Benfica, num negócio que levanta grandes suspeitas em Alvalade.
Corpo do artigo
João Mário já vestiu a camisola vermelha com o símbolo da águia ao peito, depois de ter rugido pelo Sporting na última temporada por empréstimo do Inter de Milão. O jogador de 28 anos rescindiu contrato com os italianos e chegou, assim, sem custos ao Benfica, clube com o qual já tinha alinhavado, e dado a sua palavra, para a assinatura de contrato oficializada na manhã desta terça-feira pelas águias.
13920877
Na segunda-feira, o médio-ofensivo deslocou-se a Milão e acertou a rescisão do último ano de contrato que ainda tinha de ligação ao Inter, voltando ao final da tarde a Lisboa. "Não posso falar", atirou apenas à chegada ao Aeródromo de Tires, por volta das 19h00. Estava assim concluída uma estratégia que visou, sobretudo, fintar cláusulas e eventuais riscos de indemnização, de 30 milhões de euros, ao Sporting.
Os encarnados confiavam nos pareceres jurídicos que davam conta de o Sporting estar apenas defendido por um direito de preferência, pelo que o Inter teria apenas de informar os leões da oferta benfiquista, cabendo depois a Frederico Varandas, o líder sportinguista, decidir se igualava ou não e se conseguia convencer João Mário a assinar contrato. Este, porém, ficou desiludido porque o Sporting havia prometido tudo fazer para o contratar e enviou para Milão uma oferta de baixo valor, de três milhões de euros, com mais dois por objetivos, quando o que era esperado seria um bolo fixo de 7,5 milhões.
O médio deve vincular-se aos encarnados na próximas horas, depois da viagem relâmpago de ontem. Perdão de uma dívida do seu empresário aos nerazzurri pode ter selado o negócio
Os contornos do negócio entre Benfica, João Mário e o Inter ainda não eram conhecidos na segunda-feira, pelo que o Sporting já entrou em contacto com os dirigentes do emblema milanês para perceber todos os pormenores e, sobretudo, para fazer contas. Porque no entendimento leonino, o Inter libertou o médio a custo zero quando poderia ter encaixado três milhões (mais dois por objetivos), além da poupança salarial de seis milhões. Segundo O JOGO apurou, Frederico Varandas e seus pares sentiram-se fintados neste negócio e estão dispostos a abrir uma guerra jurídica para defender os direitos que acreditam ter.
Porém, e segundo apurámos, há um dado que pode assumir particular importância e que tem a ver com o empresário do médio. Federico Pastorello teria uma dívida de quatro milhões de euros a receber do Inter por negócios anteriores e que perdoou para libertar João Mário, gerando então uma poupança de dez milhões de euros por um jogador que havia sido contratado em 2016/17 por... 40 milhões ao Sporting. Como é comum nestes negócios, tanto jogador como agente são depois compensados com prémios de assinatura e intermediação que compensam o investimento.
(Notícia atualizada às 09h42)